Rússia anuncia retirada do Tratado INF após EUA tomarem iniciativa de abandonar acordo

Rússia anuncia retirada do Tratado INF após EUA tomarem iniciativa de abandonar acordo

Nesta Sexta-feira (2), o ministério russo dos Negócios Estrangeiros comunicou o encerramento do Tratado INF, que proíbe a implantação de armas nucleares terrestres com um alcance de 500 a 5.500 Km. “Em 2 de Agosto de 2019, o Tratado entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e os Estados Unidos da América relativo à eliminação dos seus mísseis de médio e curto alcance, assinado em Washington a 8 de Dezembro de 1987, foi encerrado por iniciativa dos EUA”, de acordo com documento publicado no portal oficial de informação legal. O vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, pediu anteriormente aos Estados Unidos que implementassem uma moratória sobre o lançamento de mísseis nucleares de alcance intermediário, agora que o acordo está encerrado. “Sugerimos aos EUA e a outros membros da OTAN que considerem a possibilidade de anunciar uma moratória sobre o destacamento de mísseis de médio alcance. Esta moratória seria comparável a já anunciada por Vladimir Putin, dizendo que se os Estados Unidos não implantarem este equipamento em certas regiões, a Rússia também se absterá de fazê-lo”, acrescentou. Na opinião do professor de ciência política da Universidade de Rhode Island (EUA), Nicolai Petro, um padrão discernível surgiu sob a administração Trump, sugerindo “que um grande acordo está próximo”. “A fim de obter uma posição de negociação inicial mais favorável, o presidente assume uma posição pública muito estridente, presumivelmente destinada a assustar os seus interlocutores para que aceitem o acordo que mais tarde irá oferecer”, disse o especialista.

Resposta recíproca

A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de sair do Tratado INF torna-se oficial em 2 de Agosto, seis meses depois de Washington ter anunciado querer suspender as suas obrigações com o tratado, tendo acusado a Rússia de violar o acordo. Moscovo, por sua vez, negou as alegações, enfatizando que Washington havia violado o tratado ao instalar lançadores de mísseis de cruzeiro Tomahawk na Roménia e na Polónia. Em Julho, o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto, suspendendo a participação de Moscovo no acordo numa resposta simétrica à iniciativa de Washington. Assinado em 1987 pelo presidente dos EUA, Ronald Reagan, e pelo secretário-geral da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Mikhail Gorbachev, o acordo foi o primeiro em que as duas superpotências, a União Soviética e os EUA, concordaram voluntariamente em reduzir os seus arsenais nucleares, destruindo todos os mísseis balísticos e de cruzeiro lançados por armas nucleares, com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros, além de permitir