Sociedade civil exige maior seriedade no combate à corrupção

Sociedade civil exige maior seriedade no combate à corrupção

É preciso que os prevaricadores sejam responsabilizados de igual forma e não de modo especial como tem acontecido até ao momento, defenderam os participantes da conferência sobre o combate à corrupção, que aconteceu ontem em Luanda

Por:Domingos Bento

Os participantes da conferência sobre a Assembleia Nacional e o combate à corrupção exigiram ontem, em Luanda, maior seriedade no combate à corrupção. Os participantes, exceptuando o PRS que não se fez representar, defenderam o alargamento do combate à corrupção a todas as figuras que desviaram os bens públicos.

Em entrevista a OPAÍS, Laura Macedo, uma das organizadoras da conferência, disse que, apesar das prisões e notificações da Procuradoria-Geral da República (PGR) a muitas figuras do círculo político, ainda assim, as autoridades angolanas têm demonstrado que o combate à corrupção não é extensivo a todos aqueles que delapidaram o erário público, pelo que apelou a uma maior abrangência e alargamento do combate

. No seu entender, é preciso que os prevaricadores sejam responsabilizados de igual forma e não de modo especial como tem acontecido até ao momento. “A fita não pode ser maior para alguns e menor para os outros. Todos têm que pagar e responder pelo mal que fizeram ao país, independentemente de ser desta ou daquela posição ou nível de confiança”, frisou.

 

Para Laura Macedo, é preciso que círas instituições de combate à corrupção oiçam mais e saibam melhor receber o contributo e as denúncias que são feitas quase sempre pela sociedade civil, que tem vindo a demonstrar estar interessada a contribuir para um verdadeiro combate. “Ao invés de a PGR nos enviar sempre aquelas mensagens, devia é saber recolher as denúncias que são feitas pela sociedade civil e correr atrás para trabalhar nos casos e responsabilizar as pessoas envolvidas”, apontou.

A activista lamentou ainda o facto de o prazo do repatriamento voluntário ter terminado e não se ter informações sobre os processos coercivos, o que, no seu entender, demonstra uma segregação descabida, porquanto o país continua a enfrentar sérias dificuldades que poderiam ser minimizadas caso o dinheiro públicos roubado fosse efectivamente recuperado. “E com essas iniciativas queremos provocar o debate porque o combate deve ser alargado. É preciso ouvir-se mais as pessoas”, frisou. O certame decorreu no salão multiusos da Paróquia de São Paulo e contou com a participação dos deputados Nvunda Salukombo, do MPLA, David Mendes, da UNITA, Sebastião André, presidente da bancada Parlamentar da CASA-CE e Lucas Ngonda, presidente e único representante da FNLA no parlamento.