Organizações partidárias e sociedade civil defendem o realinhamento da política para a juventude

Organizações partidárias e sociedade civil defendem o realinhamento da política para a juventude

Membros de organizações partidárias e da sociedade civil consideram o estado actual da juventude angolana de estacionário e de elevada precariedade. O posicionamento manifestado a propósito do dia mundial que hoje se assinala é corroborado pelo presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), António Francisco, que aponta para a situação socio- económica degradante como o maior ‘handicap’. Aquele dirigente é de opinião de que se volte a conceber um novo plano de desenvolvimento dos jovens para realinhamento das políticas “É importante que o Estado consiga responder e mitigar estes problemas face ao contexto que o país esta a viver”, disse.

Já o primeiro secretário interino da JMPLA, Francisco Boaventura Chitapa, encara o desemprego, a falta de habitação condigna, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a prostituição como sendo as maiores preocupações. Lamentou o facto de estes dois últimos aspectos inumerados atingirem níveis elevados sobretudo na cidade de Luanda. Chitapa reconhece o esforço do Executivo na diversificação da economia, na procura de parceiros internacionais de modo a atrair investidores para a criação de mais postos de trabalhos. Face a este quadro, o líder politico acrescentou que no âmbito das campanhas comunitárias e do projecto diálogo juvenil, tem vindo a sensibilizá-los para não enveredarem pelas más práticas.

“Temos apostado na questão do empreendedorismo juvenil, a necessidade de se trabalhar para o auto-emprego por via da formação profissional”, referiu. Por sua vez, para o secretário nacional da Juventude Revolucionaria de Angola (JURA), Agostinho Kamuango, as políticas voltadas para a juventude ainda não correspondem às expectativas desta camada. Agostinho Kamuango diz que só será possível mudar esta situação caso exista vontade política de quem governa.

O secretário nacional da Juventude Patriótica de Angola (JPA), afecta à coligação eleitoral CASA-CE, Nelson Francisco, diz que a esperança da juventude com a eleição do novo Presidente da República era ver melhorada a sua condição. “Tudo tornou-se numa mera ilusão”, disse aquele político, para quem a situação tem estado a deixar a juventude “frustrada e desviada”. Por seu turno, o secretário permanente nacional do PRS, Gaspar dos Santos, ressaltou a fuga de cérebros, fruto das instabilidades económica. Da Juventude da FNLA, Figueiredo Dala insiste na falta de vontade política do Governo para que o país possa conhecer uma sociedade mais madura e coesa em todos aspectos.

ONG

A Associação Friends of Angola diz que o Estado tem feito o seu trabalho, mas ainda é insuficiente, sobretudo na criação de políticas públicas que visem colmatar os problemas estruturais. O presidente da S.O.S Habitat, André Augusto, considera que a juventude angolana ainda continua fora do controlo do próprio Estado. Os poucos, acrescenta, que beneficiam de regalias do estado são geralmente por influência de cores partidárias.