Centro “Cruz Azul” regista queda na recuperação de toxicodependentes

Centro “Cruz Azul” regista queda na recuperação de toxicodependentes

A instituição controla actualmente 94 cidadãos de ambos os sexos, dos 12 aos 58 anos de idade, que procuram livrar-se da dependência de drogas como o álcool, liamba (cannabis) e cocaína, dentre outras.

Cada paciente fica geralmente na instituição por cerca de um ano, em cumprimento de recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo revelou a responsavel à Angop. Com efeito, disse, dentro de pouco tempo, mais alguns internos que estão prestes a completar 12 meses de recuperação deixam o centro, lembrando que, em 2018, 138 cidadãos deixaram a instituição, como resultado da sua melhoria.

Leonilde Mateus explicou que o Cruz Azul vive de doações de algumas instituições, como igrejas, e de pessoas de boa vontade, além da contribuição das famílias para a alimentação dos internados, com uma prestação mensal de 15 mil Kwanzas. A administradora frisou que, não obstante o trabalho que o centro desempenha, as famílias são chamadas a assumir o seu papel, seja com o processo de visitas, previstas para sábados e domingos, seja no que toca as mensalidades. “Luta pela reintegração social” Eva Fernanda tem 39 anos de idade e disse à Angop que se encontra em processo de recuperação há 10 meses, devido ao consumo excessivo de álcool.

A cidadã alega que se refugiou no alcoolismo depois de uma decepção amorosa, estando separada há quase sete anos “Tive uma decepção amorosa e caí no álcool, porque pensava que era a melhor maneira de me descontrair”, disse, acrescentando que após 10 meses de recuperação sente-se revigorada e pronta a deixar o centro e reenquadrar-se na sociedade.

Explicou que, no centro, a terapia consiste, essencialmente, nos ensinamentos bíblicos e acompanhamento psicológico, em que os especialistas explicam às pessoas, o quanto é destrutivo o consumo de drogas.

Aguinaldo Mutanda, 31 anosnatural do município do Lobito, está igualmente em recuperação devido ao alcoolismo e diz receber muito apoio da família, fundamentalmente da mulher e dos filhos que deixou há oito meses. Contou que o apoio da família e a sua vontade de mudar o rumo da sua vida estão a ser fundamentais na sua recuperação.

O jovem disse que pensa em voltar a estudar, ingressando no ensino superior, tão logo deixe o centro, e voltar a trabalhar como contabilista.

Já Rosalina Marques, 47 anos de idade, mãe de seis filhos e uma das mulheres mais velhas do centro, encontra-se no local há 10 meses, depois de ter passado pelo local em 2013, forçada por parentes, mas desta vez foi por opção própria, devido àquilo que chamou de “nova recaída” no mundo do álcool.

Afirmou ser funcionária pública, mas que já não conseguia trabalhar e decidiu voltar ao centro para ser reabilitada e dar o seu contributo à sociedade.

A cidadã apela às demais famílias que têm pessoas com o vício das drogas que procurem o centro, visando a recuperação plena dos seus parentes. O centro Cruz Azul de Benguela existe desde 1995, tendo ao longo dos anos recuperado centenas de cidadãos.