Jovens protestam contra o gradualismo geográfico na Assembleia Nacional

Jovens protestam contra o gradualismo geográfico na Assembleia Nacional

Os mais de trinta jovens exibiam manuais de leis e solicitavam uma maior inclusão na implementação das autarquias locais, realizando-as em todos os municípios.

O representante da organização “Plataforma Cazenga em Acção”, Cambolo Tchaca, precisou que o protesto teve por finalidade influenciar os representantes do papovo no Parlamento “a não votar a favor do gradualismo geográfico e de outras irregularidades” sobre o processo autárquico.

A manifestação, apesar de ser descrita como sendo pacífica, foi “contida” pela Policia Nacional, não tendo sido registado qualquer incidente. “Sou munícipe do Cazenga, temos muitos problemas, desde a delinquência, falta de iluminação, drenagem e fome, não quero que o nosso município continue parado no tempo”, disse um dos manifestantes que teme que o seu município venha a ser excluído devido ao gradualismo geográfico.

O jovens manifestantes acreditam nas autarquias como um processo para o desenvolvimento de qualquer comunidade, mas quando se viola o direito do cidadão dentro da perspectiva de uma democracia participativa, contribuir torna- se “funesto”. “Houve saques, ninguém prestava contas e não queremos que isto volte a acontecer. Estamos a preparar o futuro do país e acreditamos que tal plano passa pelas autarquias”, disse.

Os manifestantes apelaram aos “senhores deputados e órgãos do poder Executivo para que façam alguma coisa para este povo que já sofreu demais”. De referir que a manifestação foi convocada pela Plataforma Cazenga em acção e vários activistas sociais do país. Antes desta manifestação, há algumas semanas, foram entregues várias cartas, com destaque para o Presidente da República, João Lourenço, líderes dos grupos parlamentares e ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, no sentido de reverem a questão do gradualismo geográfico, “mas não recebemos nenhuma resposta”, disseram.

A Assembleia Nacional acabou de aprovar definitivamente, na sessão de ontem, o projecto da Lei Orgânica sobre o Funcionamento e Organização das Autarquias Locais, bem como sobre a Tutela Administrativa.