Debate sobre Semba propõe celebração do Dia Nacional da Música

Debate sobre Semba propõe celebração do Dia Nacional da Música

Artistas participantes no recém-realizado Workshop Sobre o Semba, levantaram a hipótese de encontrar – se uma data para a celebração do Dia Nacional da Música Angolana. Carlos Lamartine, um dos organizadores e prelectores do encontro, referiu na ocasião que embora haja o Dia da Cultura Nacional, celebrado a 8 de Janeiro, surge também a necessidade de haver especificamente um dia para se festejar a Música Angolana.

O músico admitiu que a Cultura Nacional é vasta e abrangente, mas que, no seu entender, há vertentes que nada têm a ver com os músicos. Lamartine interveio em nome da classe artística e exigiu que a sociedade lhes atribua um dia a celebrar e que possa ser dado em função dos símbolos que se devem ligar a essa intenção. Já Don Caetano sugeriu que caso se tenha de encontrar uma data para a celebração do Dia da Música Angolana, o ideal é que se olhe para os percursores do semba. “Caso haja propostas ligadas a José Oliveira de Fontes Pereira, o fundador da Escola do Semba, Luenda Chala, que. posteriormente, integrou o N’gola Ritmos em 1948, seriam boas opiniões para se encontrar o Dia Nacional da Música Angolana, isto sem esquecer a data dos grupos que nasceram de Liceu Vieira Dias.

O workshop Este workshop, de acordo com Patrícia Faria, directora da Casa da Cultura Jinga A Mbande, adveio da necessidade urgente de se ter uma definição real daquilo que é um dos estilos mais populares do país, o qual nos últimos tempos, e devido à desinformação, tem vindo a ser alvo de conceitos inapropriados. Durante o evento, que abriu efectivamente sob liderança de Carlos Lamartine, a debruçar-se sobre “A Dimensão Cultural da Música Angolana, na Vertente do Semba e o seu “Perfil Histórico”, o público mostrou-se bastante interventivo.

Neste painel, abordaram-se questões sobre os percursores do Semba, músicas de sucesso e do seu período histórico que teve início em 1940, desde a fundação dos N’gola Ritmo e aparição de Manuel de Oliveira, Luís Gomes Sambo, entre outras figuras. Segundo Carlos Lamartine, o Semba, por razão alguma, pode ser relegado para terceiro plano, umas vez que este estilo musical foi o primeiro revolucionário, antes de qualquer outro, e há que se pensar nele como factor de identidade cultural.