Trabalhadores do BANC há seis meses sem salários

Trabalhadores do BANC há seis meses sem salários

Os funcionários do BANC culpabilizam o Banco Nacional de Angola (BNA) pela situação em que se encontram, alegando que, como órgão regulador do sistema, não está a responder positivamente às solicitações de pagamento dos salários, assim como às compensações, após terem forçado este banco comercial a rescindir os contratos com eles. O facto é que para os trabalhadores, atendendo à situação em que se encontram, o silêncio do BNA está-lhes a aumentar a angústia e a gerar inúmeros constrangimentos.

Afinal, testemunharam a decisão de encerramento dos seus postos de trabalho, a 6 de Fevereiro deste ano, por incumprimento dos fundos regulamentares. Na manhã de ontem, um grupo de bancários forçados ao desemprego acorreu a OPAÍS com o intuito de denunciar publicamente essa situação. Sob anonimato, com medo de sofrerem represálias, manifestaram- se desapontados com o facto de o BNA não estar a cumprir com a promessa do seu responsável máximo, José de Lima Massano, segundo a qual os direitos dos trabalhadores do BANC estavam salvaguardados. No entanto, passados seis meses, não há solução à vista.

Uma das funcionárias do BANC, que pediu anonimato, explicou que depois de fecharem a instituição nunca receberam qualquer informação por parte da ex-entidade empregadora. “Estamos agora em Agosto e ninguém vem a público dar uma resposta sobre os nossos salários e as indeminizações.

A pergunta é: quem mandou fechar o banco? Não nos deram aviso prévio e prometeram que podiam resolver a nossa situação”, desabafou. Enquanto o BNA não satisfaz o pedido dos bancários, cada um deles vive como pode. De acordo com a nossa interlocutora, alguns viram-se forçados a vender os seus bens materiais para sobreviver.

Outros tiveram de se adaptar à condição de desempregado, retirando os filhos do colégio por falta de condições financeiras, uma vez que dependiam apenas dos salários.

“O BNA proibiu-nos de trabalhar”

“A única coisa que sabemos é que quem mandou fechar a instituição é o Presidente da República. Então, o mesmo vai ter de fazer questão de abrir cemitérios porque está a nos matar. E com agravante do BNA mandar uma circular interna a nos proibir de trabalhar”, frisou outro ex-funcionário do extinto BANC. Dentre os queixosos que acorreram à nossa redação, estavam dois jovens diabéticos que, por falta de dinheiro para comprar medicamento (insulina), estão a tomar água de goiaba para sobreviver. “Mandaram-nos para casa como se fôssemos cabritos e porcos. Temos colegas a passar fome.

Estamos a bater de porta em porta a pedir mantimentos só para comer. Actualmente somos 370 colaboradores na rua”, contaram os lesados.