Luau precisa de mais 450 professores

Luau precisa de mais 450 professores

 

Por:Alberto Bambi

Actualmente, o sector controla 292 efectivos, um número que o titular da Educação considera ínfimo, a considerar a demanda da população estudantil de um dos maiores municípios do país

O director municipal da Educação do Luau, província do Moxico, Victor José Jorge, revelou que o sector que dirige necessita de quase o dobro do pessoal, para atender a carência e a procura de acesso ao sistema de ensino. “Neste momento, temos controlados 292 professores, mas, em função das nossas necessidades, se tivéssemos mais 455 docentes, isso seria digno de realce”, declarou o responsável máximo da Educação ao nível da referida municipalidade, tendo adiantado que, infelizmente, tudo depende de concursos públicos, dependendo estes também das limitações financeiras actuais.

Lembrou que do concurso do ano transacto se previam 75 professores para reforçar o quadro do pessoal, no Luau, que, entretanto, beneficiou da entrada de apenas 42, uma cifra que Victor José admitiu não ter arcado com as prioridades. “O deficit foi e continua a ser muito grande, mas já deu para colocar nas escolas, de forma que se ultrapassaram algumas dificuldades”, observou o director municipal, reiterando que, mesmo assim, se precisava de mais técnicos, no sector. Para demonstrar a necessidade e urgência do seu clamor, Victor José Jorge recorreu aos dados estatísticos elaborados pelo seu gabinete, anunciando que, para este ano lectivo, estavam matriculados 31 mil e 775 alunos, sendo que oito mil e 40 eram dados como fora do sistema de ensino.

Ainda sobre as crianças que não foram absorvidas pelas escolas do município, acrescentou dizendo que se tratava daquelas que foram apanhadas pelo registo feito de forma processual pelas escolas locais, abrindo-se a possibilidade de existirem mais. O dirigente, cuja preocupação do momento reside no reforço da força de trabalho que cobre aulas das disciplinas da 7ª a 9ª classe, prometeu que, tão logo tenham um quadro favorável nesse sentido, poderão trabalhar para que as entidades superiores aprovem o seu projecto.

Chamando a atenção para que suas palavras não sejam mal interpretadas, realçou que não pretendia fazer entender que o alargamento do sector primário era pouco preocupante. “Só que, em relação ao primeiro ciclo do secundário, o nível inicial do ensino vigente em Angola fica menos a dever, por estar presente em todos os sectores ou regiões do município.

Escolas a construir-se

O número das escolas, segundo o titular do órgão reitor da Educação no Luau, não corresponde às necessidades, porque a população estudantil tem uma cifra muito elevada. “Tendo em conta os projectos existentes, pensamos que num futuro muito breve teremos mais escolas, para que possam absorver maior número de alunos e aí podermos então corresponder à demanda”, disse o dirigente.

Para se assegurar das expectativas que acabava de levantar, informou que existe na localidade um instituto agrário, o qual denominou de IPA, que, segundo ele, já está na fase conclusiva, faltando somente apetrechamento e, logo a seguir, a inauguração. “Tudo nos leva a crer que no próximo ano lectivo estará ao dispor da procura”, assegurou o entrevistado, tendo informado que a sua garantia era irreversível. Falando ainda sobre a vocação da referida instituição, cujos carris de formação recaem para o curso técnico-profissional na área de agronomia, Victor Jorge prometeu que a entrada em cena desse estabelecimento escolar poderá ser um «cavalo de batalha », relativamente à profissionalização da própria população estudantil.

Victor José Jorge colocou a hipótese de, neste instituto se lecionarem outros cursos técnicos resultantes de necessidades propostas pela comunidade. “Se forem aprovados pelas entidades superiores da províncias e não só, poderemos ter mais cursos, mas numa primeira fase só o curso agrário entra em cena no próximo ano lectivo”, aclarou. Na sua opinião, não era bom que o município tivesse mais formação no âmbito do ensino geral (Liceus), mas na formação técnico-profissional, para se poder entrar mais rápido no mercado do trabalho, por via do empreendedorismo, através do qual os jovens podem criar os seus negócios e empregos para os seus congéneres.

Dois níveis para uma instituição Muito recentemente, em algumas localidades muito distantes da sede municipal, foram erguidas escolas de raiz, nomeadamente uma de 14 salas no corredor entre Luacano e Luau, e a que denominou de Tchiena, ambas, segundo os técnicos da direcção municipal, construídas no âmbito da resposta ao agrupamento das aldeias. “Levanta-se a necessidade de se alargar a rede do ensino primário, porquanto consideramos haver uma explosão da população de estudantes para esse nível”, disse Zanguilo Kakesse, chefe do departamento do ensino geral.

Zanguilo Kakesse informou que o município do Luau controla dois sectores (qualificados como comunas), o Mukusweji e o Marco 25, para dizer, em seguida, que o seu elenco trabalha na criação de condições de trabalho que facilitem os professores a desempenharem a suas funções em ambientes condignos.

O chefe do ensino geral sublinhou que a equipa de trabalho que ele integra, projecta a política de transformar em complexos escolares os referenciados estabelecimentos do ensino primários localizados muito longe da sede, a fim de se retirar o sufoco dos pais e encarregados de educação de terem de mandar os filhos para Luau-sede, o único sítio onde, actualmente, estão concentradas as escolas do I Ciclo. “São regiões muitos distantes, por isso, nós temos que trabalhar para impedir que as crianças abandonem os estudos a meio, colocando nas estruturas de escolas primárias daí mesmo a 7ª, 8ª e 9ª classe”, asseverou Zanguilo Kakesse.