Administração do kilamba kiaxi destrói construções anárquicas

Administração do kilamba kiaxi destrói construções anárquicas

De  acordo com o administrador adjunto para a Área Técnica, Mauro Lucas, a acção visa repor o aspecto arquitectónico desta área, assim como criar espaço para a construção de equipamentos sociais como postos policiais, instituições de saúde e educação. As demolições, continuou, visam também a construção de espaços comunitários em beneficio de todos os moradores dos arredores e não só para os cidadãos do rés-do-chão, como tem acontecido. Na Vila Estoril foram já removidos 17 contentores e 19 roulottes e destruídos 17 casebres de chapa, 57 estruturas de alvenaria, como alpendres, garagens e casas de venda de refeições.

De acordo com Mauro Lucas, os trabalhos foram precedidos de uma acção de informação e sensibilização da população. Contactados pela Angop, alguns moradores mostraram-se descontentes, porque, segundo afirmaram, a administração devia acautelar esta situação, proibindo as construções na altura em que começaram a ser erguidas. Luís Samba, morador da Vila Estoril desde 1996, informou que estas construções, erguidas há mais de 16 anos, foram feitas devido à delinquência. Segundo o morador, algumas infra-estruturas em alvenaria serviam para proteger alguns bens, inclusive os carros e para empreendimentos que garantiam a sobrevivência de muitos moradores. Luís Samba contou que as edificações surgiram com anuência da Administração, que passou títulos provisórios, mas esperava, que em vez de serem demolidas, fossem legalizadas.

O interlocutor da Angop espera que depois das demolições haja projectos para ocupação dos espaços livres e locais adequados para o parqueamento de viaturas, devido ao índice de delinquência que existe na área. Gaspar Bernardo, também morador da Vila Estoril, disse não estar surpreso com as demolições, porque na altura em que os moradores começaram a construir os anexos, a Administração informou-os que seria a título provisório e que um dia poderiam ser demolidos. Jacinto Ventura lamentou o facto de a Administração estar a demolir estas construções, uma vez que muitas são empreendimentos comerciais que garantem emprego a muitos jovens. Mostrou-se reservado em relação à intenção da Administração de erguer áreas comunitárias para os moradores, afirmando que no Avô Kumbi, onde os trabalhos iniciaram há mais tempo não foi construído nada.

Elizângela da Silva e Waldemar Silva consideram que em parte o trabalho é positivo porque está a acabar com os becos e a permitir a abertura de ruas antes interditadas, mas são de opinião de que as construções que não interferem na circulação de pessoas e bens e na estética dos edifícios deviam ficar. Solicitaram à Administração que haja igualdade no tratamento dos moradores, uma vez que existem construções a serem demolidas e outras não, algumas foram sinalizadas e outras não. O município do Kilamba Kiaxi tem uma extensão de 51, 7 quilómetros quadrados e mais de 1 milhão e 500 mil habitantes. Faz fronteira como os municípios de Luanda , Cazenga, Viana e Talatona.