UE lança projectos de acesso a água nas regiões atingidas pela seca

UE lança projectos de acesso a água nas regiões atingidas pela seca

A União Europeia (UE), em Angola, acaba de disponibilizar perto de 65 milhões de euros com vista a acudir os sinistrados das consequências das alterações climáticas na região Sul de Angola

Por:Norberto Sateco

A iniciativa está inserida no quadro do projecto de fortalecimento da segurança alimentar e nutricional rubricado recentemente pelo Governo angolano e pela União Europeia. Segundo a responsável de subvenções do referido projecto, Ana Teresa, do montante disponibilizado, 48 milhões de euros estarão sob gestão do Instituto Camões de Portugal. O projecto a ser implementado nas áreas rurais das províncias da Huíla, Namibe e Cunene, num período de quatro anos renováveis, poderá dar resposta a projectos comunitários da sociedade civil para mitigar a conseqüências da seca nestas provinciais.

Neste sentido, aquela organização já lançou, muito recentemente, um concurso para financiar projectos ligados ao acesso à água e a distribuição de alimentos. “Queremos convidar pessoas que estejam também interessadas em trabalhar com projectos na área de segurança alimentar”, observou. Acrescentou que os projectos de apoio às cooperativas e associações rurais na transformação e no processamento dos produtos agrícolas poderão merecer prioridade.

Entretanto, dados oficiais divulgados recentemente pelo Governo, revelam que a seca já abrange 6 das 18 províncias, sendo o Cunene a região mais afectada. Morte de pessoas e animais Para além do Cunene, que, segundo as autoridades, é a região mais afectada, as populações de Cuando Cubango, Huíla, Namibe, Benguela e Cuanza- Sul estão também sem água e alimentos. Ainda não existem dados oficiais sobre o número de angolanos a sofrer com a seca, mas o coordenador da Associação Construindo Comunidades(ACC), Padre Jacinto Pio Wacussanga, que há longos anos acompanha a situação da fome aguda na região Sul do país, calcula que “mais de um milhão de pessoas estão a ser afectadas de forma direta”.