Carta do eleitor:Polícia é polícia, mesmo sem farda

Carta do eleitor:Polícia é polícia, mesmo sem farda

Caro director Escrevo a partir da cidade de Benguela. Felizmente, o jornal já não atrasa, porque sou assinante e recebo todos os dias de manhã cedo a versão digital. Assim, chegam a todo o país ao mesmo tempo, contrariamente a quando saíam só em papel, quanto tínhamos de esperar que chegasse de avião ou de autocarro. Os de Luanda liam primeiro e nós, fora de Luanda, tínhamos de esperar para ler depois. Mas estou a escrever por outra razão. Nesta madrugada, um polícia matou um cidadão em Benguela, coisa de copos e discussões absurdas. Ele estava de folga e estava armado, porquê? Acho que a Polícia tem de defi nir muito bem estas coisas, porque, afi nal, se os agentes andam armados mesmo sem estarem em serviço, estas armas podem bem ser usadas em crimes. No caso de Benguela foi um crime. Há alguns dias, quando mataram um senhor em Luanda, num assalto, surgiu nas redes sociais um post de uma pessoa que dizia ser polícia e estava indignada por ter assistido ao assalto sem nada poder fazer porque estava desarmada. Aí está: em que é que fi camos? Um polícia não deixa de ser polícia mesmo que esteja vestido a civil, e se algo de mal estiver a acontecer ele deve agir, é o seu dever, a sua missão. Mas os polícias também podem cometer crimes. Acho que a Polícia Nacional deve agir, por um lado no controlo rigoroso de armas e munições, mesmo que para DR agentes a civil, e deve também fazer um acompanhamento psicológico permanente dos seus agentes. Assim encontraremos um equilíbrio.