Angola aponta dificuldades no repatriamento de refugiados

Angola aponta dificuldades no repatriamento de refugiados

O ministro da Defesa, Salviano Cerqueira, afirmou nesta sexta-feira, no Dundo, Lunda Norte, que o repatriamento voluntário e espontâneo dos 14 mil e 724 refugiados para a República Democrática do Congo (RDC) foi uma tarefa “bastante complicada”, tendo em conta os poucos recursos materiais e financeiros disponíveis.

O governante, que falava numa reunião de balanço sobre o repatriamento voluntário e espontâneo, lembrou que o Estado angolano foi apanhado de surpresa, o que tornou o processo mais complexo, obrigando o Governo a encontrar soluções para evitar que os refugiados atingissem as fronteiras do Chissanda e Tchicolondo, caminhando.

Lamentou o facto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) não ter se associado ao Governo angolano durante o repatriamento.

O ACNUR na altura, justificava de que não apoiaria o processo sem que se realizasse a reunião tripartida entre os governos de Angola/RDC e Angola, que definiria as datas do início do processo de repatriamento.

O ministro que coordena uma comissão multissectorial para assistência aos refugiados, reiterou que Angola estará sempre solidário com cidadãos que estiverem nesta condição, porque o respeito pelos direitos humanos é, e sempre será, uma prioridade.

Durante a sua estadia no Dundo, Salviano Cerqueira, vai deslocar-se ao município do Lóvua para constatar as condições em que se encontram os cerca de nove mil refugiados no centro de acolhimento.

Ainda hoje, o governante vai à fronteira do Tchissanda, município de Cambulo, para se inteirar da situação dos 14 mil e 724 refugiados ainda retidos neste local, por falta de condições de acolhimento por parte das autoridades congolesas.

O total de cidadãos da RDC na altura acolhidos em Angola, na província da Lunda Norte, em particular, atingiu os 35 mil, destes, 23 mil e 684 foram acolhidos no campo de refugiados do Lóvua, enquanto os restantes 11 mil e 316 estavam distribuídos pelas comunidades da província.

A migração destes cidadãos foi uma consequência da violência generalizada causada por tensões políticas e étnicas na República Democrática do Congo (RDC) em Maio de 2017