Não é anedota, é verdade

Não é anedota, é verdade

Há muitas anedotas por aí sobre relações amorosas entre cidadãos chineses e angolanos. Hoje mesmo, Quinta-feira, alguém me enviou um vídeo em que aparece o cantor Yuri da Cunha, sozinho, numa mesa de bar, suponho, a cantar uma história de uma angolana que tem um bebé com um cidadão chinês. O miúdo nasceu com olhos e nguimbo de chinês, mas com carapinha de angolano. Cresceu, estudou, formouse e “agora quer ser Presidente angolano”. E pergunta Yuri da Cunha: “pode?” Pois bem, não entrando para as pretensões políticas do menino, porque o voto é secreto, Yuri, esta é uma realidade cada vez mais presente e que veio para ficar. Porque há chinesas a ter fi lhos com angolanos também e porque há chineses a dizer que vieram para ficar, que esta é também sua pátria. Aliás, nada de novo. Os encontros culturais, de povos, vão miscigenando a humanidade há milénios.

Daí que não faça muito sentido, se formos ver bem, as conversas sobre autóctones, puros, genuínos, etc.. Um bom estudo de ADN revelaria que já existia sangue chinês em Angola desde antes da Independência, surpreenderia muita gente, e não apenas as misturas com sangue português, cubano, russo, cabo-verdiano, búlgaro, americano, são-tomense, moçambicano, italiano, etc.. Perdemo-nos no tempo, somos sempre um mosaico genético. Mas tem mais, olhemos para as nossas casas, para os nossos bens e procuremos pelas impressões digitais chinesas, estão em quase tudo, a China é mesmo a fábrica do mundo, é normal que “fabrique” nenés também em Angola. É a vida! Tiremos deles, então, o melhor que têm a oferecer.