Hospitais de Malanje emitem falsos diagnósticos da malária

Hospitais de Malanje emitem falsos diagnósticos da malária

A denúncia é de uma especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) que durante 20 dias realizou uma supervisão formativa nos laboratórios de análise clínicas das principais unidades sanitárias locais. O Governo admite que a sua supervisão tem sido débil, mas promete pedir maior responsabilidade no cumprimento dessa missão

Por:Miguel José em Malanje

Há unidades hospitalares da província Malanje que emitem falsos resultados de exames de diagnóstico da malária por falta de capacidade de alguns profissionais detectarem o plasmodium falciparum, revelou, recentemente, a supervisora internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) Angelina Vachia Jamba.

A especialista participou num programa de capacitação dos técnicos de análises clínicas de diferentes unidades desta província. De acordo com Angelina Jamba, a acção de supervisão formativa de diagnóstico laboratorial da malária abarcou a capacidade do técnico pesquisar, observar, identificar e quantificar os parasitas, bem como avaliar as infra-estruturas e a bio-segurança.

Após 20 dias de supervisão formativa nos laboratórios de análise clínicas efectuadas nas principais unidades sanitárias locais, sobre exame de gota espessa, Angelina Jamba, aferiu falsos resultados de diagnósticos de malária. Porém, explicou que das quatro espécies de plasmodium existentes a nível da província (o falciparum, ovale, malárie e vivax), os técnicos demonstraram falta de capacidade de pesquisa e detecção, daí que, em muitos casos, são entregues aos utentes resultados falsos, que acabam por comprometer o diagnóstico da malária.

Em torno disso, a especialista fez saber que os laboratórios do Hospital Regional estão dentro do padrão recomendado, mas, entretanto, observou que o Hospital Materno Infantil deve melhorar a qualidade do diagnóstico da malária. “Neste aspecto, os recursos humanos apresentam debilidades, porquanto existem técnicos de análises clínicas, cuja maioria trabalha em regime de contrato, que precisam de melhorar a qualidade de pesquisa, principalmente das espécies”, frisou Angelina Jamba.

Consequências de falsos resultados

Em função da situação, a também formadora de técnicos de laboratórios de análises clínicas, advertiu que os falsos positivos deterioram o fígado do paciente, por, inadvertidamente, influenciar o médico prescreve remédios desnecessários. Em sentido contrário, os falsos negativos que derivam da inabilidade do técnico diferenciar os parasitas dos arte-