Exposição “É de Lá” de Klaus Novais prolongada até Domingo

Exposição “É de Lá” de Klaus Novais prolongada até Domingo

Com entrada grátis, a grande inspiração artística “É DE LÁ”, de Klaus Novais, criada no decorrer de duas décadas, privilegiando cores e elementos de grande conteúdo simbólico, tinha o encerramento marcado para Domingo, na Galeria do CCBA em Luanda. Mas, a presença massiva do público amante das artes plásticas, naquele espaço, forçou a organização a prolongar a exposição do artista até Domingo.

A mostra, constituída por 50 quadros de pintura, recebeu, até ao momento, mais de 2 mil visitantes, desde estudantes, docentes universitários, turistas, artistas, entre outras individualidades. É constituída por imagens de três continentes e celebra a herança cultural africana, com cores, danças, paisagens, personagens de Angola e da diáspora dos povos africanos.

Para esta criação, o artista socorreu- se de materiais tão diversos como tela, papelão e filtros de café, por meio de técnicas mistas, inspiradas nas artes populares, no Naïf e no Kitsch. Um dos destaques desta exposição é, sobretudo, a sessão dedicada à Cultura afro – peruana, revelando aspectos ainda pouco conhecidos da diáspora africana no Oceano Pacífico e guardando inesperadas conexões de ancestralidade com Angola. A colecção convida o público a uma viagem pelo universo do artista que veio a tornar-se, para sempre e inexoravelmente, de lá, de cá e de toda parte.

A série tem por base a exposição “Ojos Negros”, realizada em 2018 no salão principal do Ministério da Cultura do Peru, uma dignidade raramente concedida a um artista estrangeiro. Reforçadas pelo seu próprio desenraizamento, as pinturas e os desenhos apresentados representam o que vem de fora, do estrangeiro, mas que, mesmo separados pelo espaço e pelo tempo, integram e formam sociedades tão distintas.

Fascinado pelas manifestações culturais, e particularmente pelas de origem africana, o artista acumula observações e interpretações colhidas nos períodos em que residiu em Portugal, no Peru, em Angola e em seu Brasil, além das diversas regiões que percorreu.

Quatro países, três continentes, dois oceanos e dois hemisférios unidos pelo fio condutor de um olhar brasileiro. Entusiasmado, Klaus Novais reconhece que foi trazido a Angola por força de sua própria inspiração.