Bagdad anuncia medidas sociais para conter protestos

Bagdad anuncia medidas sociais para conter protestos

No Sábado (5), a ONU pediu o fim da violência. Ontem foi o quinto dia de um movimento de protesto espontâneo que exige a renúncia do Governo, acusado de corrupção. Ao fim de um conselho extraordinário, o Governo de Adel Abdel Mahdi anunciou um decreto com 17 medidas sociais, que incluem auxílio-moradia, assim como seguro-desemprego para os jovens.

Também foi anunciada a construção de 100.000 casas. No início de Setembro, governos de diferentes regiões do país haviam começado a destruir casas localizadas em comunidades carentes. Cerca de três milhões de iraquianos vivem nestes lugares, onde foram construídas casas, sem autorização, em terrenos do Estado. Mahdi ordenou ainda a instalação de vagas para os vendedores ambulantes, numa tentativa de criar empregos, em especial para os jovens. Hoje, um em cada quatro nesta faixa etária não tem trabalho no Iraque.

O desemprego entre os jovens é o principal gatilho dos protestos, que começaram na última Terça. Tornou-se uma questão muito sensível no país, depois de um jovem que teve o seu carrinho de vendedor ambulante apreendido ateou fogo ao próprio corpo em Setembro, em Kut, ao Sul. As autoridades anunciaram também que vão incluir as pessoas mortas desde Terça-feira na lista de “mártires”, para que os seus familiares possam pedir indemnizações pela sua perda. Neste Domingo pela manhã, as ruas da capital estavam tranquilas.

Ontem, o Presidente do Parlamento, Mohamed al-Halbusi, propôs uma série de reformas de justiça social. A Assembleia não conseguiu reunir-se, já que várias siglas boicotaram a sessão parlamentar. Pelo Twitter, a chefe da missão da ONU no Iraque, Jeanine Hennis- Plasschaert, pediu no Sábado (5) que “todas as partes parem e reflictam”. “Cinco dias de mortos e feridos […]. Isso tem que parar”, twitou.