Chuva bem-me-quer, chuva mal-me-quer

Chuva bem-me-quer, chuva mal-me-quer

É, realmente, um dilemas daqueles o que agora atormenta algumas autoridades locais no nosso país. Parece uma roleta russa, sobre a cabeça de quem é que vai disparar? O revólver chama-se autarquias. Não estão ainda anunciados os municípios que serão os primeiros graduados a autarquias e, por isso mesmo S. Pedro entrou na brincadeira, está numa de esconder a chuva, só não se sabe até quando. Há autoridades a rezar, presumo eu, para “amarrar” a chuva até depois das eleições autárquicas, com a certeza de que não terão calamidades molhadas, casas desabadas, ruas impraticáveis, esgotos rebentados e a sempre triste contagem dos mortos. Sim, há zonas do país onde neste momento há gente a apertar. Por outro lado, as mesmas autoridades, temem que a estiagem se prolongue, prejudicando as culturas, o gado, as pessoas. Somando mortos também. Além disso, o Cacimbo, com a sua crise, mesmo com o anunciado PIIM, não deu para grandes limpezas e desobstruções dos caminhos da água. E onde se produziu alguma coisa na época agrícola que terminou a colheita foi abaixo do esperado. São Pedro tem mesmo o destino de algumas pessoas nas mãos, o destino político, digo, porque a sua vontade pode desencadear o voto da festa ou o voto da ira. E governadores e administradores têm de saber lidar com o fenómeno, entre o bem-me-quer e o mal-me-quer na sua relação com as chuvas.