Jovens talentosos exibem criatividade na VIII Edição do Jango 2019

Jovens talentosos exibem criatividade na VIII Edição do Jango 2019

Criações inéditas de jovens talentosos, recém-formados pelo Instituto Superior de Artes em Luanda, retratam vários aspectos do quotidiano dos angolanos, nesta VIII Edição do Jango 2019, resultado de uma Residência Artística de duas semanas, no ELA – Espaço Luanda Arte

Por:Augusto Nunes

Este ano, a convite do ELA – Espaço Luanda Arte, quatro jovens talentosos imbuídos no mesmo espírito, têm agora a oportunidade de exibir os seus dotes, numa exposição colectiva, que marca a VIII Edição do “(JAANGO) NACIONAL” 2019. Trata-se dos artistas, Adriano Cangombe, Engrácia Gouveia, Osvaldo Ferreira e Serafim Serlon, todos eles, recém-formados pelo Instituto Superior de Artes (ISART em Luanda. A intenção é juntos continuar a trabalhar em torno da arte e da criatividade, retratando o quotidiano dos angolanos e proporcionar ao público o melhor em Belas Artes. Curiosamente, nesta sua primeira aparição no Jaango, os jovens surpreenderam pela positiva.

À entrada para a galeria, à esquerda, uma instalação de Adriano Cangombe, representada por um Toyota Hiace azul e branco, com sinais de proibição de estacionamento, limite de velocidade e outros seguimentos, chama a atenção dos visitantes, sensibilizando-os para a observância dos critérios em torno do trânsito enquanto peões. No mesmo espaço, o mapa de Angola destorcido representando as 18 províncias, faz menção a discriminação entre angolanos (etnias), e ao mesmo tempo apela ao espírito de irmandade e harmonia: um só povo e uma só Nação. Já à esquerda, uma obra de tecelagem e uma instalação, de Engrácia Gouveia, realçam as diferentes convicções religiosas, o desentendimento entre algumas, e como sempre o apelo ao perdão.

Juntam-se a estas, criações de Cesário Guias, apelando a proibição do consumo de bebidas alcoólicas enquanto se estiver ao volante, o excesso de velocidade e a observância de outros sinais de trânsito. Mais adiante, uma outra instalação de Serafim Serlon, representa uma mulher desvalorizada a despeito de alguns exageros na sua estrutura física, sobretudo a jarda, que muitos problemas tem criado, levando muitas delas a decadência.

Esta colecção destacada nesta VIII edição do evento, inclui ainda algumas telas com vários retratos, apelos e sugestões para a sociedade. São várias e cada apreciador tira as suas ilações, não obstante as explicações dos autores. Indagados pela reportagem de OPAÍS, os jovens artistas foram unanimes nas suas declarações, e adiantaram que as duas semanas de Residência Artística, serviram não só para a troca de experiência, mas também para algum aprendizado, uma vez que o universo das artes é vasto, tendo em conta as diferentes técnicas.

Nesta edição, com a co-curadoria de Evandro Guia e Nefwani Júnior, os artistas (JAANGO) ou jaanguistas, como são conhecidos, emergem pela reciclagem de material, mas sobretudo pela re-visita a lugares comuns, re-interpretação de ideias e conceitos pré-definidos e saída (mesmo que temporária) da sua ´zona de conforto´. O desafio é trabalharem numa residência diurna de cerca de duas semanas, aonde cada Artista cria duas instalações cada. Os artistas são considerados jovens, pois após a Residência as suas mentes e técnicas terão rejuvenescido ao apresentarem trabalhos inovadores na exposição colectiva.

Os artistas

Adriano Cangombe, nascido em 1993, é aluno finalista do ISART, e participou nas exposições colectivas em 2019 ´UNTITLED 2´ na Galeria do Banco Económico e ´Paradigma Ano Zero: Alvorecer da Arte como Resistência ´ no SIEXPO do Museu de História Natural.

Engrácia Gouveia

Nascida em Luanda em 1982, é também aluna finalista do ISART e participou na exposição colectiva ´Paradigma Ano Zero´: Alvorecer da Arte como ´Residência ´ na SIEXPO do Museu de História Natural. Actualmente encontra-se a preparar a sua primeira mostra individual para 2020. Osvaldo Ferreira, nascido em Luanda em 1980, é também aluno finalista do ISART, funcionário do Ministério da Cultura desde 2005, e participou na exposição colectiva em 2019 ´UNTITLED 2´ na Galeria do Banco Económico, assim como expôs recentemente a solo na Galeria Tamar Golan. Também encontra-se a preparar a sua terceira exposição individual. Serafim Serlon, nascido no Moxico em 1992, é aluno finalista do Piaget, artista visual auto-didacta, mostrou recentemente a solo no HCTA com ´Perfume no Vento´, e encontra-se a preparar uma exposição individual para o ano, mês de Maio em São Paulo, no Brasil.