Governo turco considera combatentes curdos de terroristas

Governo turco considera combatentes curdos de terroristas

“Depois de várias operações bemsucedidas dentro da nossa ofensiva ‘Fonte de paz’, a cidade de Ras al- Ain, situada ao Leste do Eufrates, passou para o nosso controlo”, declarou o Ministério turco da Defesa num comunicado. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), pelo menos dez civis morreram nos bombardeamentos das forças turcas e dos grupos sírios que as apoiam neste Sábado.

Entre as vítimas, estão quatro civis mortos num ataque da Força Aérea turca perto da cidade fronteiriça de Ras al-Ain, quando fugiam de carro destes combates. Na noite de Sexta (11), o Pentágono confirmou que militares da Turquia abriram fogo contra soldados dos Estados Unidos num posto em Kobani, na Síria. Nenhum norte-americano se feriu. Segundo o comunicado, houve uma explosão a menos de 100 metros de um posto localizado do lado de fora da zona de segurança da fronteira entre a Síria e a Turquia. O Pentágono alega que a Turquia sabe da presença dos militares norte- americanos no local.

O Governo turco defendeu-se e disse que os EUA não eram o alvo do ataque. Apesar do anúncio da desmobilização dos militares norte-americanos na região do Curdistão sírio, o Pentágono afirmou que as Forças Armadas dos EUA ainda não saíram de Kobani.

Conflito na região

A Turquia começou a atacar posições curdas no lado sírio da fronteira a partir da Quarta-feira (9). O Governo do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan considera terroristas os combatentes curdos – enquanto os EUA financiavam essas milícias porque elas enfrentavam extremistas do Estado Islâmico.

Com a retirada norte-americana, a Turquia viu o caminho livre para atacar milícias curdas. Além da morte de civis, críticos alertam que o efeito colateral da retirada será o regresso do Estado Islâmico na região – afinal, os curdos combatiam os extremistas. Na Sexta-feira (11), aviões de guerra e peças de artilharia turcos alvejaram os arredores de Ras al- Ain, uma de duas cidades fronteiriças sírias que são o foco da ofensiva.