IVA reduz vendas de ovos e lacticínios da Aldeia Nova

IVA reduz vendas de ovos e lacticínios da Aldeia Nova

Desde a sua implementação no dia 1 de Outubro do ano em curso, o novo imposto (o IVA) está a reduzir as vendas de ovos e leite da empresa Aldeia Nova, tendo em conta o total de 14% que foi introduzido no custo do produto final. Actualmente, a caixa de ovos está a ser comercializada a kz 15.500 mil, contra os kz 13.500 mil anteriores. De acordo com o director-geral da unidade fabril, Kobi Trivizki, o volume de vendas da empresa reduziu, por esse motivo, o responsável tem agendado para os próximos dias um encontro com Administração Geral Tributária.

“Temos prejuízos porque não estamos a vender os ovos. As empresas pequenas que não têm condições de trabalho têm mais lucros porque vendem os ovos mais baratos no mercado informal, porque não aderiram ao IVA”, explica. Kobi Trivizki avançou que grande parte dos clientes estão a preferir comprar ovos e leite a outros fornecedores que não aderiram ao Imposto de Valor Acrescentado, fazendo com que os seus preços sejam mais acessíveis em relação aos da Aldeia Nova. A mesma situação enfrenta o sector agropecuário, com a venda de leite líquido. “A Aldeia Nova é a única empresa que produz leite no país, com vacas nacionais e não tem isenção do IVA e os preços ficam, mais caros em relação aos produtos do mesmo grupo”, disse. Localizada no município da Cela, vila do Wako-Cungo, província do Cuanza-Sul, a Aldeia Nova dedica-se essencialmente à criação de gado, produção em grande escala de produtos agro-alimentares como ovos, leite e derivados, cereais, carne bovina, avicultura, entre outros. A empresa tem como clientes os grandes centros comerciais do país, nomeadamente os supermercados Kero, Angomart, Casa dos Frescos e outros. O projecto tem um impacto social na região fornecendo água potável ao município da Cela, captada dos rios Keve e Cussoi, e energia eléctrica a 14 aldeias.

Como foi construída a taxa de 14 por cento para o IVA

A taxa de 14 por cento foi definida com base em estudos realizados pela AGT que convergiram na necessidade de uma introdução gradual deste imposto em Angola. Esta taxa está em linha com as recomendações do FMI, sem descurar o acordo ratificado na SADC, em que não se pode definir, no Código do IVA, uma taxa inferior a dez por cento. O valor de 14 por cento representa uma taxa inferior em cerca de 1,5 por cento em comparação com a média da SADC. Estão isentos de IVA os produtos da cesta básica, os produtos alimentares, nomeadamente leite em pó, feijão, arroz, farinha de trigo, fuba de milho, óleo alimentar, açúcares de cana e sabão.