Angola com atrasos na implementação do APSA

Angola com atrasos na implementação do APSA

Angola regista um ligeiro atraso na implementação do Programa de Produtividade Agrícola para a África Austral (APSA), apesar de o Banco Mundial já ter disponibilizado para o efeito um crédito de USD 25 milhões

Este atraso, segundo explicou ontem, Sexta-feira, na cidade do Huambo, o director-geral adjunto para a área Técnica do Instituto de Investigação Agronómica (IIA), Amílcar Mateus de Oliveira Salumbo, deve-se ao facto de o Estado ainda não ter emitido a sua opinião legal. Informou que através do APSA, uma iniciativa que visa apoiar a investigação agrícola na região austral de África, Angola seleccionou a mandioca como sua cultura de referência, devendo albergar, por isso, o centro regional de liderança da produção deste tubérculo. Com a implementação do Programa de Produtividade Agrícola para a África Austral o país vai ganhar em termos de segurança alimentar, de investigação agrícola e aumento da capacidade formativa dos investigadores, incluindo mestres e doutores.

Segundo Amílcar Mateus de Oliveira Salumbo, as acções preparativas da implementação do APSA, cuja execução vai demorar entre cinco a seis anos após a sua efectivação, já estão concluídas, faltando apenas solucionar aspectos burocráticos legais de validação do programa. Segundo ele, o país já devia, este ano, passar para a fase de efectivação, começando por criar a unidade de implementação, para coordenar as acções e servir de elo entre o Ministério da Agricultura, o Instituto de Investigação Agronómica e o Banco Mundial.

Disse que o Lesotho, país que seleccionou as hortícolas como cultura de referência, já deu início aos trabalhos de investigação de toda a cadeia produtiva das hortaliças, apesar de ter firmado o acordo com o APSA depois de Angola. Quanto à criação do centro de liderança da produção de mandioca na região austral de África, a funcionar na província de Malanje, o director-geral adjunto para a área Técnica do IIA disse que o mesmo constitui uma grande oportunidade para que o país se afirme no domínio da investigação científica mo domínio da agricultura. Através do APSA, afirmou Amílcar Mateus de Oliveira Salumbo, será possível aumentar a produtividade da mandioca e, ao mesmo tempo, fazer melhor uso da mesma, aproveitando todas as suas potencialidades para diversos fins, entre medicinais, industriais e alimentares.

Entre os sub-projectos iniciais identificados pelo Instituto de Investigação Agronómica está a caracterização molecular de clones de mandioca e germoplasma de feijão seleccionados noutros países que já beneficiaram do programa. Também consta dos sub-projectos a executar a colheita de germoplasma, a caracterização e conservação de mandioca, principais árvores de fruto e hortaliças, a avaliação de genótipos de feijão e mandioca tolerantes ao stress abiótico em Angola e Lesotho, o aumento e melhoria da produção de arroz e leguminosas para melhorar a nutrição de populações vulneráveis e gerar renda.

O Instituto de Investigação Agronómica, segundo ainda o seu director-geral adjunto para a área técnica, perspectiva ainda desenvolver o sub-projecto de promoção e adopção de práticas aprimoradas de manejo do sorgo (massambala) e fortalecer a entrega das suas sementes, assim como formar promotores de adopção e lucratividade de tecnologia- disseminação de tecnologias aprimoradas de várias culturas. Com a implementação do Programa de Produtividade Agrícola para a África Austral o país vai ganhar em termos de segurança alimentar, de investigação agrícola e aumento da capacidade formativa dos investigadores, incluindo mestres e doutores.