Espaço Luanda Arte na Feira de Arte e Design em Paris

Espaço Luanda Arte na Feira de Arte e Design em Paris

A novidade pelo eLA – espaço Luanda Arte, será a presença física do artista Ricardo Kapuka, e tudo deve-se ao valioso apoio da Air France

Por:Augusto Nune

A galeria angolana Espaço Luanda Arte (ELA) marcará presença, entre os dias 9 e 11 de Novembro, na IV edição da Feira de Arte e Design “AKAA” (Also Known as Africa), em Paris, França, no Le Carreau du Temple.

Segundo Dominick Maia Tanner, director da Galeria, trata-se da única feira em França dedicada à arte contemporânea do continente africano, da qual este ano farão parte 44 galerias, estando o ELA patente no stand C13, num projecto colectivo denominado “Histórias Trans- Atlânticas”. A novidade pelo ELA, neste certame, será a presença física do artista Ricardo Kapuka, e tudo, segundo Dominick Tanner, se deve ao valioso apoio da AIR FRANCE. Questionado por OPAÍS, Ricardo Kapuka referiu que levará para a feira, um conjunto de obras iniciadas há 3 anos. Trabalhos que retratam o quotidiano dos angolanos, tendo na preparação dos mesmos usado como materiais, panos africanos, spray e tintas acrílicas.

O artista disse sentir-se feliz por representar o país no certame, o que no seu entender, quanto maior for o número de obras representadas no exterior, melhor será para a Nação. Já Dominick Tanner director da Galeria, salientou, que com a forte experiência do programa de residências artísticas nacionais e internacionais “Angola AIR”, o ELA – Espaço Luanda Arte, está cada vez mais interessado em pesquisar e mostrar o corpo e a alma das obras de artistas de ambos os lados do Oceano Atlântico: EUA, Brasil e continente africano, incluindo Angola.

Sublinhou que o projecto que irá apresentar nesta Feira de Arte e Design AKAA (Also Known as Africa) “baseia-se na memória colectiva e na identidade de África, tanto do continente – com a obra dos artistas angolanos Van e Ricardo Kapuka, do Atlântico – com a obra do artista são tomense René Tavares, como também do Novo Continente – com obra do artista afro-brasileiro No Martins”. Dominick adiantou, igualmente, que muito há ainda por fazer para colocar Angola no Mapa, para que os nossos artistas sejam convidados a participar cada vez mais em bienais, em trienais, e em festivais no exterior.

“Lá fora temos que criar oportunidades para os nossos artistas. A arte é a diplomacia cultural. Acontece que África tem 54 países e 53 querem afi rmar-se no panorama internacional. Muitas vezes a opção é, já conhecemos os artistas de Kinshasa e vamos escolhe-los”, adiantou. Dominick Tanner sugeriu que no quadro da parceria já existente entre a República da China e Angola, fosse incluído também as artes plásticas e projectos.

“Porquê que também não incluímos isso nas artes e na Cultura?”, e questionou, adiantando que a arte é a diplomacia cultural. Dominick Tanner referiu-se também a documentário da Geração 80, que retratava a presença de angolanos na China como uma óptima iniciativa. “Já tivemos aqui artistas plásticos que retrataram a presença chinesa em Angola. Porquê que estas obras não são também apresentadas na China, em grandes museus, e porque não temos aqui obras chinesas? Muito ainda há por faze”, disse.Recorde-se que nesta IV edição, a Galeria Angola se fará representar pelos artistas, Van e Ricardo Kapuka, ambos de Angola, René Tavares, de São Tomé e Príncipe e No Martins, do Brasil.