Lucas Ngonda assina pacto de entendimento com ‘desavindos’ da FNLA

Lucas Ngonda assina pacto de entendimento com ‘desavindos’ da FNLA

O presidente do partido histórico assegurou que o pacto rubricado é um compromisso de patriotas que se mantém aberto agora, antes e depois do próximo congresso extraordinário que será realizado em Novembro deste ano

Por:Maria Custódia

Depois de cinco meses de negociação, o presidente do partido FNLA, Lucas Ngonda, assinou o pacto de entendimento com os grupos e sensibilidades desavindas daquela formação politica. Lucas Ngonda assegurou que o pacto rubricado é um compromisso de patriotas que se mantém aberto agora, antes e depois do próximo congresso extraordinário que será realizado em Novembro deste ano. Acrescentou que todos os militantes que entenderem que a FNLA é uma força política histórica, que faz parte do património nacional, devem juntar-se a eles neste pacto para melhor servirem os interesses superiores do partido, colocando fim a todas as querelas que tem comprometido o seu futuro.

Segundo o político, que falava durante o encontro que serviu para assinatura do pacto de entendimento entre os irmãos desavindos, todos devem ter a consciência de que o partido é um projecto da sociedade angolana e não uma herança. Neste sentido, apelou, todos são chamados a servirem a sua causa com isenção. “Este pacto não é um compro misso perfeito. É uma obra humana com as suas imperfeições.

O mais importante é a boa vontade e o espirito da responsabilidade que animam os seus signatários”, explicou. Segundo ainda Lucas Ngonda, com este pacto pode-se caminhar sem desconfianças prejudiciais, porque todos devem lutar contra a humilhação que passam no dia-a-dia pelo facto de pertencerem ao partido FNLA, segundo ele “uma grande força politica que rompeu com o colonialismo português e traçou o caminho da independência nacional, mas que hoje está submetida à banalização”.

Ala de Ngola Kabango demarca-se

Já o coordenador da comissão de unidade, reconciliação e coesão interna do partido, Pedro Dala, referiu que as reuniões tiveram inicio no dia 06 de Maio e terminaram no dia 14 de Outubro, com os representantes dos órgãos centrais do partido, do grupo G6, do grupo Carlito Roberto e de Ngola Kabango. Este último, os seus representantes, durante as negociações, abandonaram a sala de reuniões, recusando-se a acompanhar a apresentação da versão final do pacto de entendimento.

Pedro Dala referiu ainda que todos manifestaram respeito aàtransição, mas que não fariam parte da mesma e que apenas voltariam durante a realização do congresso extraordinário para concorrerem nas eleições presidenciais e dos órgãos. A comissão decidiu que a direcção de transição, que terá a duração de 14 meses, deve começar em sede do V Congresso Ordinário e terminar com o empossamento da nova direcção do partido eleita.

Reacção dos irmãos desavindos

O filho do antigo líder fundador do partido, Carlito Roberto, disse que abraça esta nova oportunidade de paz interna entre a direcção cessante do partido de Lucas Ngonda e as demais sensibilidades para “dar vida à FNLA, partido histórico que teve um papel fundamental na libertação de Angola”. “Foi assinado um pacto de unidade do partido e vamos todos arregaçar as mangas, esquecermos as divergências. Agora é mãos à obra rumo aos nobres desafios do partido em particular e do país em geral”, apontou.

Por seu lado, o representante do grupo dos G6, João Nascimento, fez saber que o pacto assinado e os princípios nele contidos não exclui ninguém. Segundo ele, todos aqueles que se auto excluíram, fizeram- no de sua livre e espontânea vontade. No seu entender, o progresso do partido não pode continuar a ser adiado. “Este pode não ser o melhor pacto, mas é o possível”, reconheceu.

O político augurou ainda que se cumpram rigorosamente com o conteúdo do mesmo para que se evite repetições do passado. “A reconciliação é um processo e não um fim. A FNLA nunca foi de ideologia, de programa ou de qualquer situação com relação ao partido. O problema está e sempre esteve nos seus dirigentes, a falta de diálogo e de humildade consubstanciando se num certo complexo”.