Danda quer transparência na gestão dos recursos da UNITA

Por: Constantino Eduardo, em Benguela

De acordo com o candidato, é necessário que se criem condições tendentes a reduzir a dependência do partido ao Orçamento Geral de Estado (OGE).

Este facto, segundo argumenta, tem servido como arma de arremesso para “o Governo do MPLA”, por via de bloqueio nos bancos, com o único propósito de prejudicar o partido.

“Cada vez que queremos fazer um congresso, queremos reunir a Comissão Política…Há pouco tempo tivemos as exéquias do Doutor Savimbi e, como dependemos muito, infelizmente, do OGE, o Governo do MPLA fecha-nos a porta, para poder atrasar os nossos projectos”, realça.

Sem revelar números, o político disse que o seu partido, ultimamente, anda empenhado a pagar dívidas contraídas na sequência do evento de Lopitanga (Andulo) sobretudo por causa do material de propaganda importado. Na visão de Danda, tal ocorreu devido a “esta dependência”.

“Hoje, uma boa parte do dinheiro que recebemos do OGE tem quer ir para pagar os credores”, disse, declarando que o partido tem muitas empresas, mas muitas quais não são lucrativas.

No quadro do Protocolo de Lusaka, Danda quer que a UNITA recupere a empresa de exploração de diamantes para pô-la a render.

Raúl Danda trabalhou na Terçafeira em Benguela, com o objectivo de apelar ao voto dos delegados da província ao XIII Congresso Ordinário da UNITA. Para ele, além de se avaliar os projectos que cada um dos 5 candidatos tem para o partido, torna-se deveras imperioso que os militantes avaliem quem terá capacidade para os cumprir.

Saliente-se que nesta Quinta-feira, 31, o mesmo exercício será feito por Alcides Sakala, depois de já o ter feito José Pedro Katchiungo.

Críticas ao Presidente da República

Paralelamente à caça ao voto, Danda aproveitou para criticar o Presidente da República, João Lourenço.

Segundo sustenta, um dos maiores erros que o Presidente da República terá cometido, na visão de Raúl Danda, é o facto de ter “desprezado ” o seu antecessor, o ex- Presidente da República José Eduardo dos Santos, quando devia têlo como “conselheiro”.

De acordo com Raúl Danda, pelo facto de José Eduardo dos Santos ter governado o país durante 38 anos, devia tê-lo sempre ao seu lado, na medida em que, com o tempo, este ganhou experiências na resolução de determinados problemas que afl igiam o país.

Para o candidato ao cadeirão máximo do maior partido na Oposição, o fracasso dos dois anos de governação de João Lourenço deve-se, em grande medida, ao “desprezo” a que está votado José Eduardo dos Santos.

Segundo refere, caso ganhe confiança dos militantes no conclave do dia 15 de Novembro, terá sempre o presidente-cessante, Isaías Samakuva, ao lado, como seu “fiel conselheiro”.