Sala de exibição melhorada anima 33º aniversário do Horizonte Njinga Mbande

Sala de exibição melhorada anima 33º aniversário do Horizonte Njinga Mbande

Fundado a 8 de Outubro de 1986, a companhia de teatro Horizonte Njinga Mbande, completou no mês transacto 33 anos de existência. Para saudar a data, tem-se em cartaz a peça “Condolências”, além de ter prevista a inauguração de uma nova sala de exibição sofisticada

Por:Adjelson Coimbra

A companhia de teatro Horizonte Njinga Mbande prevê para Dezembro a inauguração de uma sala de teatro sofisticada e com mais acústica, nas suas instalações no interior da escola homónima do grupo, em Luanda. A nova sala resulta da transformação de um dos seus auditórios, que anteriormente era adaptado a uma sala de teatro. Apegados no desconforto do antigo recinto de encenações, a nova sala de teatro, segundo o director artístico da companhia, Aldemiro Benjamim, vai trazer um palco italiano (onde as cadeiras são organizadas de forma crescente, ou seja, os últimos lugares estão no cimo e os primeiros em baixo), cadeiras com estofo e melhor iluminação. Outrora, os actores desta companhia eram forçados a gritar para se fazerem ouvir, a nova sala trará um sistema de melhor qualidade sonora de modo que os encenadores e os actores não façam muito esforço vocal.

33º aniversário com “Condolências”

Por sua vez, em alusão ao seu 33º aniversário, o Horizonte Njinga Mbande exibe a partir de hoje até Domingo, em sessões com início marcado para as 19 horas, a peça “Condolências”, no auditório com o mesmo nome, em Luanda. O drama, segundo relata o director artístico da companhia, desenrola-se à volta de um casal que após a pretensa morte do marido, o amor por parte da mulher “esfria”. Os interesses por ela vão aumentando e a maior parte dos pretendentes são os amigos do marido. Em suma, a falsa notícia de uma morte gera condolências bastante antecipadas. O conflito instaura-se no seio familiar e haverá quem opte por fazer justiça por mãos próprias e outros, mais calmos, vão agir com prudência.

“Quando a gente não tem a certeza de um determinado facto, não adianta publicarmos ou relatarmos aos outros. Quando informamos mal, acabamos por provocar outros problemas às pessoas que recebem as tais notícias”, apelou. Correspondente às expectativas, os ingressos estão a ser comercializados a bom ritmo, facto que, no entender de Aldemiro, serve de indicador para se medir o feedback do público, pelo interesse da obra em causa. A peça conta no elenco com os actores David Enoque, Jeremias Caracol, José Galiano, Rafaela Jeovete, Catarina André, Francisco de Almeida, direcção artística de Adelino Caracol com a produção de Aldemiro Benjamim, Mauro Simão e Hélder Félix.

Apelo a melhorias das salas

Em 33 anos de Horizonte Njinga Mbande, Aldemiro resume que não foram tantas as dificuldades pelas quais tiveram de passar. Porém, alegra-se do facto de, actualmente, as pessoas estarem mais próximas do teatro. “Talvez, o Executivo devesse olhar seriamente para o teatro. Que olhe um pouco mais para os fazedores desta arte. Nesta época de crise, o lado cultural acaba sendo também um dos maiores empregadores. Hoje há muita gente a cantar, da mesma forma que há muita gente a fazer teatro”, apelou. Afirmou ainda que se sem nada conseguiu-se fazer alguma coisa, com ajuda far-se-á muito mais e melhor.