Angola ainda tem 3 mil áreas suspeitas de estarem minadas

Angola ainda tem 3 mil áreas suspeitas de estarem minadas

O país tem identificadas um grosso de 3 mil e 293 áreas suspeitas de contaminação com minas, localizadas em mil e 988 comunidades classificadas de alto, médio e baixo impacto, revelou ontem o secretário de Estado para Acção Social, Lúcio Amaral. Segundo o governante, as áreas de alto impacto estão localizadas nas províncias do Moxico, Cuando Cubango e Bié.

Os de Médio impacto estão agrupadas nas províncias de Malanje, Cunene, Benguela, Huambo, Cuanza-Sul e Uíge, enquanto que no Bengo, Lunda- Sul, Huíla, Zaire, Cuanza-Norte, Lunda-Norte, Cabinda, Namíbe e Luanda perfilam-se as zonas de baixo impacto. Lúcio Amaral, que falava na Conferência sobre “a desminagem em Angola”, realizada na África do Sul, disse que os resultados globais alcançados no âmbito do programa nacional resultaram na desminagem de uma superfície útil acima dos 11 mil milhões e 554 milhões de metros quadrados.

Foram ainda desminados 108 mil quilómetros de estrada e 9 mil e 188 quilómetros de linhas de transporte de energia eléctrica de alta tensão. Lúcio Amaral revelou também que foram desactivados mais de 66 milhoes e 83 mil engenhos explosivos não detonados, mais de 453 mil minas anti-pessoal, mais de 26 mil minas anti-tanque e um numero acima dos 14 milhões e 921 mil metais diversos.

De acordo ainda com o governante, nos últimos 17 anos de paz efectiva, o processo de desminagem contribuiu grandemente para a livre circulação de pessoas e bens, assim como para o desenvolvimento socioeconómico do país, permitindo a construção e reabilitação de infraestruturas que ampliaram o acesso a bens e serviços.

“Dentre outros benefícios, consta ainda a execução de programas estruturantes de grande impacto, a reposição das linhas de caminhos de ferro que já permitem a circulação transfronteiriça, a construção de barragens hidroeléctricas, extensão da fibra óptica, a construção e reabilitação de estradas e pontes, o alargamento das reservas fundiárias e dos terrenos agricultáveis, dentre outros ganhos”, apontou.

Por outro lado, o secretário de Estado para a Acção Social referiu, como desafios para Angola, a escassez de recursos financeiros resultante da recessão macroeconómica que caracteriza o país nos últimos anos, registando-se um afrouxamento nas operações de desminagem, realizando apenas tarefas prioritárias do Executivo, em função da pertinência estratégica dos projectos, essencialmente os estruturantes.