Angola e Brasil reforçam intercâmbio cultural

Angola e Brasil reforçam intercâmbio cultural

Os artistas angolanos da Associação Globo Dikulo, que efectuam o processo de intercâmbio cultural no estado brasileiro de São Paulo, desde o passado dia 2 do corrente mês, através de várias manifestações culturais, têm reafirmado a harmonia entre os povos em que se acentuam as relações históricas. Durante uma visita aos Centros Educacionais Unificados (CEUs) efectuada na Terça-feira, 5, os artistas mostraram os aspectos culturais de Angola, com realce para a indumentária “Tchianda” e a demonstração das danças Kizomba e Kuduro.

Nesta actuação, o uso da vestimenta da região leste do país, usada com a máscara o “Mensageiro” da etnia Bantu, que se estende do Nordeste ao Sul, fez vibrar o público composto maioritariamente por crianças. Nas intervenções, enquanto se exibiam, interagiam com os citadinos, tendo deixado mensagens de simetrias que existem entre os dois países, com o objectivo de reforçar os laços de amizade e de cooperação. “Estamos satisfeitos com as nossas intervenções.

O povo brasileiro tem uma história similar a de Angola. Por essa razão, trouxemos a máscara para deixar essa mensagem”, salientou o coreógrafo Inocêncio de Oliveira. Outras actividades Quanto à realização de outras actividades, como a presença na Avenida Paulista no Domingo, 3, o artista considerou relevante, por contribuir para o seu crescimento profissional. “Aqui há uma grande liberdade para a cultura e a arte. Não há grandes repressões.

Quando isso acontece, ganhamos artistas com muitas qualidades”, observou. Por sua vez, a professora brasileira de arte, Michele, considerou que o presente intercâmbio tem proporcionado a realização de um sonho, o de ver a valorização do povo africano que , segundo ela, muito fez pela nação brasileira.

A também artista aproveitou a ocasião para agradecer pelo momento de entretenimento partilhado com as crianças naquele espaço, uma vez que superou as expectativas do pessoal que aguardava ansiosamente pela visita. “Essa vivência superou as nossas expectativas. Acções como essas nos fazem conhecer, reconhecer e valorizar a formação identitária, a nossa cultura afro-brasileira, construir memórias sensíveis de alegria, de arte e de dança, assim como encontros para crianças, jovens e adultos que conheceram vocês”, exaltou.

Visita ao centro

O grupo de angolanos visitou os vários compartimentos daquele centro, voltado à educação infantil e fundamental. Além do ensino escolar, o seu programa articula actividades extras-curriculares, como as recreativas, culturais e desportivas. Beneficiam de tais acções crianças dos zero aos três anos, na escola de educação infantil, alunos com idades compreendidas entre os quatro e os seis anos, no ensino fundamental (primeiro ciclo). Os CEUs dedicam ainda formação a jovens e adultos, com o objectivo de desenvolver a integração dos mesmos.

Depois de constatada as modalidades de funcionamento do espaço, a formadora Glória dos Santos considerou também necessário a implementação activa destas actividades nas escolas públicas, a fim de capacitar as crianças e jovens, no que diz respeito à educação artística.

A professora realçou que tal prática será benéfica para as crianças no futuro, pois terão noções relevantes sobre as artes e a sua importância numa sociedade. Por essa razão, garantiu que continuarão com a realização de actividades teatrais, dança, música e palestras, dirigidas a mais de 50 crianças que são levadas pelos pais àquele espaço.

“Nós como membros desta associação, através do Centro de Animação Artística do Cazenga temos feito o máximo, mas é notório que se trata de uma gota no oceano perante aquilo que é a nossa realidade. O Ministério da Educação tem ainda um grande desafio”, concluiu.