Desenho arquitectónico do Teatro Municipal de São Paulo fascina artistas angolanos

Desenho arquitectónico do Teatro Municipal de São Paulo fascina artistas angolanos

Os artistas angolanos afectos à Associação Globo Dikulo integraram, na Quartafeira, 6, uma caravana composta por mais de 50 cidadãos de diferentes nacionalidades, que efectuou uma visita educativa ao Teatro Municipal de São Paulo, no Brasil, inaugurado em 1911.

Durante a visita que durou cerca de uma hora foi possível constatar de perto a criatividade arquiectónica do espaço construído a partir de 1903, inspirado na ‘Ópera de Paris’, como símbolo das aspirações cosmopolitas do início do século XX.

Ao entrar, como sinal de boas vindas, estão duas esculturas que representam o nascimento do teatro. Os vários tipos de mármores de Carrara, Viena, Verona e Travertino ornamentados, que sustentam as paredes e o corrimão das escadas foram retirados de várias regiões italianas.

A sala de eventos é composta por três camarotes, em forma circular, voltados para a plateia. Segundo o guia, a mesma tem a capacidade de albergar mil e 533 pessoas.

No tecto desta glamorosa sala, numa distância superior a 20 metros, encontra-se uma ilustre estrutura com 7 mil cristais e 220 lâmpadas. Para a sua manutenção, em caso de avaria das lâmpadas, que é feita uma vez por ano, a edificação faz-se através duma alavanca comandada no solo.

Reacções “Gostei muito do palco, com um desenho feito de forma abstracta, sem algum sinal de realismo. No palco, tem um jogo de cores, mas também consegui perceber que eles têm tudo completo para uma determinada actividade, como o coro”, enfatiza o professor de arte angolana.

Por sua vez, Glória da Silva, também professora, partilhou a mesma opinião. Considerou o espaço histórico, pelos anos de existência, mas ao mesmo tempo moderno por acolher os vários géneros de actividades culturais. Já o cidadão brasileiro Rodrigues, que aproveitou a sua estadia nessa cidade para conhecer o espaço, disse que a existência do mesmo tem atraído turistas de vários países, que muito almejam assistir a um evento naquela sala, tida como uma das mais peculiares da América Latina.

Reforma Consta que desde a construção deste sublime lugar, que tem atraído diversos turistas, passou por uma reforma na década de 1950, e dois grandes restauros na década de 80, sendo que os mais recentes aconteceram em 2008 e 2011.

No corrente ano, o espaço passou ainda por outras reformas nos diferentes materiais que as compõem. Para a sua manutenção, são necessários cerca de 40 milhões de reais, o equivalente, em moeda nacional Kwanza, a mais de 450 milhões.

Apesar de ter sido construído com verbas públicas (taxas, impostos e tarifas), naquela época o acesso era restrito. Só podiam entrar nela para os eventos, os barões do café e autoridades políticas, que pertenciam à primeira ordem. Essa ordem de acesso começou a ser exterminada até à década de 80, devido à decadência do café, na década de 30. Até ao ano de 2000 os ingressos eram ainda comercializados a um valor elevado.

O guia contou que, actualmente, a distribuição do pessoal na sala de espectáculo é feita através do valor do convite. Durante a observação do espaço com mais de um século de existência (108 anos), foi ainda possível acompanhar o ensaio de uma banda no outro lado da sala, composta por 50 artistas, que irão realizar aquele que, por sinal, será o último espectáculo do ano, em Dezembro.

A mesma é alugada exclusivamente para eventos culturais abrangente e nunca para actividades individuais.