UNITA escolhe terceiro presidente no seu Xiii Congresso

UNITA escolhe terceiro presidente no seu Xiii Congresso

“Todos defendem a união do partido, um maior combate ao MPLA e a luta pela vitória nas eleições de 2022”, diz a Voz da América. No dia 15, um, dentre Kamalata Numa, Alcides Sacala, José Pedro Catchiungo, Adalberto Costa Júnior e Raul Danda, o actual vice- presidente do partido, sucederá a Isaías Samakuva, que liderou a UNITA desde 2003, após a morte do seu fundador, Jonas Savimbi.

Alcides Sakala, porta-voz do partido, Adalberto Costa Júnior, líder da bancada parlamentar, Raúl Danda, vice-presidente, Abílio Kamalata Numa, general e deputado, e José Pedro Katchiungo, deputado, são os candidatos. O principal partido da Oposição angolana tem então todos os olhos virados para os 1.150 delegados vindos de todo o país e que, em em Luanda, decidirão o futuro do partido.

Os preparativos do XIII Congresso Ordinário do partido do “Galo Negro” envolveram várias conferências preparatórias provinciais, que decorreram em 17 Províncias, nove regiões de Luanda e dois Núcleos de Estruturas Centrais do Partido. Nestas conferências, além da escolha dos delegados em número correspondente às cotas previstas, foi também feito o balanço das actividades dos órgãos nos últimos quatro anos e debatidas as 21 teses que foram submetidas à discussão, tendo sido ainda aprovadas propostas de alterações aos Estatutos da UNITA e eleitos candidatos a membros da Comissão Política.

O primeiro a formalizar a candidatura, foi Adalberto da Costa Júnior, que teve de fazer prova de renúncia à nacionalidade portuguesa para garantir a aceitação dos seus correligionários Adalberto da Costa Júnior, de 57 anos, tem sido apontado como um dos favoritos à sucessão de Samakuva e conta com o apoio expresso de 126 altos quadros e militantes destacados do partido.

O actual líder do grupo parlamentar da UNITA defendeu, no lançamento do seu manifesto eleitoral, um partido mais “forte e altivo”, que pretende que não seja mais visto como “meros coadjuvantes”.

Entre os seus opositores, destacam- se Alcides Sakala Simões, de 65 anos, também membro da Assembleia Nacional e porta-voz da UNITA que defende que a formação política está pronta para governar e quer “aprofundar a democracia”. O também deputado José Pedro Cachiungo, de 56 anos de idade, também concorre à sucessão de Samakuva e defende, por seu lado, que o principal partido da oposição em Angola tem de se preparar para novos desafios e que é a hora da “juventude se erguer”, mostrandose “orgulhoso” por pertencer a um projeto fundado por Jonas Savimbi e liderado por “Samakuva num tempo conturbado”.

O general Abílio Kamalata Numa declarou ser, dentre os candidatos que se perfilam à sucessão do Dr. Isaías Samakuva, “o que está melhor preparado”, afirmou também ser o que melhor representa “os militantes sem voz”.

O deputado e vice-presidente da UNITA, Raul Danda, cuja candidatura foi aprovada, mas só após uma análise mais aprofundada sobre os 15 anos de “militância consequente e irrepreensível” a que obrigam os estatutos do partido, acredita ser o primeiro na linha sucessória de Isaías Samakuva e que vai “trabalhar para levar a UNITA aos níveis que merece”.

“Digo muitas vezes na brincadeira que os meus colegas são candidatos e eu sou o quase presidente. Se eu tivesse um corrector tirava a palavra “vice” e ficava apenas presidente”, afirmou Raul Danda após entregar a sua candidatura à comissão de mandatos.

Quanto a Samakuva, de 73 anos, que se retira após 16 anos no cargo, afirmou no passado mês de Outubro que deixaria a liderança da UNITA após a eleição do seu sucessor, mas deixou claro que vai continuar na política. “Vou fazer política ainda e o Parlamento para mim é a plataforma mais adequada para fazer política”, disse o presidente cessante da UNITA, numa conferência de imprensa na sede da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), onde admitiu mesmo candidatar-se às autárquicas.

Os candidatos

Raúl Danda, que se notabilizou como jornalista de 1985 a 2006, primeiro na Rádio Vorgan (voz da Resistência do galo Negro) e depois na Rádio Nacional de Angola, é um dos candidatos à liderança.

Actualmente vice-presidente da uNiTA, é pela introdução de reformas no partido, tendo em conta a necessidade de melhor preparar a uNiTA para a tomada e exercício do poder político no país. Entre as principais reformas, emerge a intenção de reduzir a composição do comité permanente, actualmente com 51 membros, de modo a torná-lo “num verdadeiro núcleo duro” do partido, onde são tomadas decisões acertadas inerentes às questões mais estratégicas da uNiTA e do país.

Admite tratar-se de uma iniciativa que pode suscitar um certo mal-estar internamente, mas necessária, porque o actual Comité Permanente não se tem revelado mais eficaz na sua acção de estudar estratégias e apontar linhas de actuação, por ser numeroso na sua composição. José Pedro Katchiungo promete ser um líder corajoso, inovador e enérgico, caso seja eleito presidente.

um líder que saiba ouvir os outros, que garanta a autoridade do partido, tenha coragem de discordar, bem como persuadir e fazer vincar a opinião da maioria. Afirma-se como seguidor da vontade do presidente cessante, isaías Samakuva, pugnando pela honestidade, lealdade e patriotismo que acima de tudo ama Angola.

No seu manifesto, o vicepresidente da bancada parlamentar da uNiTA reafirma a vocação de exercer o poder político através do fortalecimento da cidadania, com vista a efectivar a verdadeira mudança. Adalberto da Costa Júnior, presidente da bancada parlamentar, garante que com a sua eleição o partido deverá mostrar pelos quatro cantos de Angola que a uNiTA tem projectos para orientar e governar o país. Afirma que o seu propósito como candidato à presidência da uNiTA é elevar o partido à alternância do poder político que se vive no país, em 2022 aquando da realização das eleições gerais.

Alcides Sakala Simões, ex-guerrilheiro, porta-voz do partido e deputado à Assembleia Nacional, é de opinião que a sua candidatura representa o ressurgimento da esperança e do direito à cidadania, o aprofundamento da democracia e a defesa dos princípios de muangai de 1966. Sakala destaca a necessidade da força política assumir uma postura e responsabilidade moral, tornando-se num partido político dinâmico e congregador. Abílio Camalata Numa, mestre em Direcção Estratégica e gestão de inovação, promete modernizar a uNiTA, transformando a organização num partido pan-africano, com projectos de formação de quadros.

As suas intenções são essencialmente as de elevar o grau de organização partidária e de maturidade política da uNiTA, para que esteja à altura dos desafios políticos do país. Salienta que, caso seja eleito, vai usar a sua experiência para ajudar o partido a desenvolver uma política que contribua para a consolidação da democracia, bem como a preservação e manutenção da paz e estabilidade nacional, para além de implementar o Projecto do muangai

A campanha eleitoral foi intensa, tendo os candidatos percorrido diversas províncias do país para darem a conhecer as suas ideias e projectos, com o intuito de influenciar os 1.150 delegados ao conclave. o sorteio da posição no Boletim de voto determinou Estêvão José Pedro Katchiungo para a primeira posição, Raúl Danda na segunda, Adalberto da Costa Júnior na terceira, Abílio José Augusto Kamalata Numa na quarta e Alcides Sakala Simões na quinta posição.