A oficial das Relações Exteriores do ACNUR, Juliana Ghazi, informou, ontem, a OPAÍS, que prossegue na Lunda-Norte o processo de repatriamento voluntário aos refugiados da República Democrática do Congo (RDC) reassentados no município do Lóvua, sendo um total de mil e 439 refugiados já repatriados desde o início do processo. A fonte avançou que o ACNUR e os parceiros têm liberado semanalmente um a dois comboios carregados com cerca de duzentas pessoas com destino a RDC.
Disse que ainda ontem, partiu um comboio com duzentos refugiados que manifestaram vontade de regressar às suas origens. “O repatriamento vai continuar até que todos aqueles que queiram regressar ao Congo consigam fazê-lo com segurança. A ideia é começarmos a repatriar a partir da próxima semana, cerca de 400 pessoas em cada comboio”, disse.
A responsável fez saber ainda que se encontram actualmente Neusa Filipe cerca de oito mil pessoas no reassentamento do Lóvua, entre as quais três mil querem retornar e cinco mil pretendem permanecer em Angola. “Algumas pessoas ainda demonstram a vontade de permanecer no reassentamento.
Aqueles que vão permanecer aqui vão continuar recebendo a nossa assistência e a dos parceiros, sobretudo no que diz respeito aos meios de subsistência, para que elas consigam trabalhar para o autosustento, em actividades como a agricultura e empreendedorismo”, disse, acrescentando que as escolas e os centros de saúde continuam em funcionamento. Informou que o ACNUR está a fornecer todo o apoio, logística e protecção legal necessários para que essas pessoas regressem com segurança.
Assegurou que antes de partirem, os repatriados recebem alimentos suficientes para aguentá- los por um período de quatro meses depois da sua chegada ao Congo-democrático. O processo de repatriamento voluntário teve início no dia 9 de Outubro do ano em curso e pretende- se, até final de Novembro, repatriar voluntariamente, com segurança e dignidade, todos aqueles refugiados que queiram regressar às suas origens.-