Ilustre director do O PAÍS,
antes de mais saudações pelo aniversário. O vosso jornal já é uma marca. Continuem a trabalhar… Neste espaço que me concede, vou falar um pouco do crime em Luanda, o fenómeno já é preocupante. Os problemas sociais e económicos continuam a agudizar-se no país e isso se reflecte directamente nas famílias.
A prática de crimes tem várias motivações, mas em Luanda a ausência do nada continua a ser motivação. Por ser uma prática feia, as culpas, às vezes, são assacadas à Polícia Nacional. É verdade que deve trabalhar mais. Porém, numa análise mais fria, não é somente a Polícia Nacional que deve levar por tabela.
O fenómeno crime em Angola é total, por isso é importante haver uma equipa multidisciplinar para o estudar. Se as autoridades competentes tiverem alguma dúvida, podem basear-se na Escola de Sociologia de Chicago. Um pouco de História ajuda a cimentar o futuro e a prevenir eventuais situações. Sem mais delongas, a Polícia Nacional e outros órgãos contam com quadros competentes, mas a incompetência continua a fazer morada nas listas de nomeações e isto prejudica o mérito dos melhores.
E chefes incompetentes quando se apercebem disso, seja em que área for, lutam para afastar os melhores. Deste modo, não se consegue ter uma equipa com técnicos à altura dos desafios, até porque a roda já foi inventada. Neste contexto, o crime tende a continuar e não que remos isso. Os espinhos não devem recair somente sobre a Polícia Nacional. E os outros orgãos públicos e privados vocacionados a educar a sociedade?
Luís P. Recife Luanda