Arranca primeiro banco de leite humano de Angola

Arranca primeiro banco de leite humano de Angola

Angola é o país com a taxa de aleitamento mais baixa da lusofonia, segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que aponta para incumprimentos das recomendações mundiais por parte do nosso país.

Arrancou ontem, em Luanda, o primeiro Banco de Leite Humano (BLH) do país, uma instituição que se vai dedicar a colectar, analisar, armazenar, preservar e entregar leite materno doado a bebés necessitados. A instituição, localizada na Maternidade Lucrécia Paim, conta nesta fase inicial com 100 litros de leite disponíveis para as crianças cujas mães por alguma razão estão impossibilitadas de amamentar os seus próprios filhos.

O BLH tem cadastradas 50 dadoras voluntárias, cifra que não satisfaz os responsáveis. Este banco não tem orçamento e funciona com doações. Foram definidas nesta fase quatro pontos para a recepção das doações por parte de qualquer mulher saudável que esteja amamentando e produza mais leite do que o necessário para o seu bebê. As interessadas na doação poderão fazê-lo na Maternidade Augusto N’gangula, Hospital Geral de Luanda, Hospital dos Cajueiros e Hospital Geral do Kilamba- Kiaxi (Avó Kumbi).

O BLH está vocacionado também a realizar trabalhos de investigação, educação, informação e aconselhamento sobre o aleitamento materno. Importa realçar que trabalham no BLH 25 técnicos de saúde que foram capacitados por especialistas brasileiros que passaram experiências sobre cuidados que devem ter com a biossegurança do operador e do produto que é o leite humano. Angola é o país com a taxa de aleitamento mais baixa da lusofonia, segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), ou seja, com 94,9%, o nosso país tem o menor índice de bebés dos países falantes da Língua Portuguesa que recebem leite materno.

O  relatório da UNICEF publicado em 2017, indica que as razões que contribuem para as baixas taxas de amamentação no país têm a ver com o facto de Angola não cumprir as recomendações mundiais. O estudo cita políticas nacionais que vão desde a falta de assistência no momento do parto e nos centros de saúde a regras sobre venda do leite artificial e a questão relacionadas à Licença de Maternidade. As questões sociais e culturais e a falta de apoio às mães são apontados também como factores.

Vantagens do leite materno

1. Proporciona uma nutrição superior e um óptimo crescimento ao bebé; 2. Fornece água adequada para hidratação do bebé; 3. Proteje o bebé contra infecções e alergias; 4. Favorece o vínculo afectivo e o desenvolvimento; 5. Proteje a saúde da mãe; 6. Ajuda a retardar uma nova gravidez; 7. Reduz o risco de cancro da mama e do ovário na mãe; 8. Ajuda o útero a recuperar o seu tamanho normal reduzindo o risco de hemorragia