E A INOVAÇÃO… VOA?

E A INOVAÇÃO… VOA?

Toda a gente fala de inovação. Mas pouca gente consegue explicar o que é? Sabemos que é digital, que tem startups e muita tecnologia! Mas como acontece? Como se faz? Para entender a inovação é só preciso saber de aviação. Há três tipos e todos têm nome de avião: Enola Gay, Concorde e Embraer.

Aquilo que há muito pouco tempo era uma excentricidade— a existência de startups — transformou- se na moeda franca do desenvolvimento. Quem não é, não tem, não viu e não fala com startups não é moderno nem vai ter sucesso. Inovar é a palavra de ordem. Maso mundo dos negócios modernos não começou com startups. É uma história antiga que dura há um século e meio, desde a revolução industrial. O futuro não começou logo com founders & CEO, CTO, COO, CFO, CPO, BLABLAO.

Começou com engenheiros, advogados e economistas e perdurou assim durante muitas décadas. Até que a internet nos trouxe a globalização e acabou com o espaço e o tempo como os conhecíamos antes. Então tudo mudou. Uma empresa que hoje não tem departamento de inovação não é moderna. Um diretor que não participe num Summit qualquer não é ninguém. Contra o passado corporativo, Inovar, Inovar, Inovar.

Como resistir à mudança é uma das maiores teimosias do ser humano, os processos de inovação, são o maior fator de perturbação nas relações de trabalho; e como Roma e Pavia, também a inovação não se faz de repente. Primeiro é preciso explicar aos engenheiros, advogados, economistas, trabalhadores, professores e alunos de toda a economia que, para saber de inovação é preciso saber de aviação.

A Inovação mais simples (e mais mortífera) é tipo Enola Gay – O nome do avião que lançou a primeira bomba atômica em Hiroxima. O modelo é simples: você destrói tudo e faz de novo. Funcionou no Japão, mas a mortandade foi geral. Na inovação tipo Enola Gay não é preciso falar com ninguém.

Se ganha tempo, mas se perde conhecimento. Outro tipo é a Inovação Concorde — aquele avião que voava de Londres a Nova Iorque em menos de 3 horas — era simultaneamente o orgulho de uma nação e motivo constante de celebração. Nunca até hoje houve um avião tão inovador. Mas, a 24 de Outubro de 2003, 36 anos depois do primeiro voo, foi cancelado. Não era lucrativo mantê- lo.

A inovação Concorde é bela, funciona, mas como é só para os ricos tornou-se insustentável. É preciso evitar. O último tipo de inovação é como um avião brasileiro Embraer. Tem menos de 100 lugares e é mundialmente competitivo. Tem boa imagem e resolve problemas de verdade a muitas pessoas. É a única inovação que funciona.