Recurso interposto pela Lista B volta embaraçar pela quarta vez eleições na UNAC-SA

Recurso interposto pela Lista B volta embaraçar pela quarta vez eleições na UNAC-SA

O Tribunal Provincial de Luanda (TPL) suspendeu uma vez mais “sine die” (sem dia), as eleições para a escolha do novo corpo directivo da UNAC-SA, nesta Quarta-feira, 20, depois de a Lista B, liderada por Belmiro Carlos, voltar a interpor recurso pela transparência e lisura no processo, no dia 28 de Outubro último.

“Com esta decisão do tribunal, o processo eleitoral da UNAC-SA já é, de longe, o mais longo de que se tenha memória em Angola”, afirmou o cabeça da lista B, Belmiro Carlos. Com este acto, segundo Belmiro Carlos, Zeca Moreno, cabeça da lista A, vê novamente frustrada a tentativa de se eleger o Presidente da UNAC-SA através de “eleições fraudulentas convocadas ao arrepio do regulamento eleitoral e dos estatutos da UNAC-SA”, referiu.

Para o representante da Lista B, é muito importante que os artistas e a sociedade em geral compreendam a dimensão e os contornos desse processo que há mais de três anos, “diante do olhar silencioso e conivente, nalguns casos, das autoridades competentes, paralisa uma organização que já chegou a ser uma das mais importantes instituições culturais angolanas, prestigiada no país e no estrangeiro”, fundamenta o concorrente da Lista B.

Quanto ao posicionamento da lista que dirige, disse encarar com a devida serenidade e requerida responsabilidade essa situação, pelo que, como tem vindo a afirmar, reitera o seu interesse e a sua disponibilidade para uma solução negociada da crise, apesar dos pesares. Por isso, tudo está a fazer para que em breve se ponha um ponto final a esta fase negra da organização.

PR da CEN lamenta ter conhecido a decisão via “Whatsapp” Entretanto, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), António de Oliveira “Delon”, lamentou o facto de não lhe ter sido comunicado sobre tal acto, formalmente, e ter descoberto tudo por via do Whatsapp, mas garante estar a trabalhar com os advogados para saber que posicionamento ter, face ao processo.

“O que eles fizeram não é uma atitude correcta. A lista B está preocupada com eleitorados no interior das províncias, porque é ali onde houve a infracção, adulteração, é ali onde estão os artistas que não estão inscritos e que não pagam quotas, é aí onde estão os artistas que não estão no banco de dados”, desabafou. Assim, pela quarta vez, desde 2017, altura em que Zeca Moreno, de acordo com Belmiro, protagonizou a primeira “aventura” eleitoral fracassada, as eleições para a presidência da UNAC são adiadas. Mas este ano, as mesmas estavam previstas para amanhã, 23, até o tribunal se ter pronunciado.

Outrossim, conta que a classe artística está cansada com o processo e entende que isto tudo constitui um grande desrespeito por parte dos concorrentes, ou seja, a lista A e B. Providência cautelar Vale ressaltar que na providência cautelar interposta, a lista B avançava ter submetido uma reclamação junto da CEN na qual indicava a existência de irregularidades nos cadernos das províncias de Luanda, Benguela, Malanje, Huambo e Cabinda, principalmente nas últimas quatro, que viram reduzir o número de votantes para mais de 70 por cento sem razões aparentes.

Na sua reclamação, a lista liderada por Belmiro Carlos, segundo a Angop, considerava não serem reais os números da população votante apresentados nos cadernos eleitorais das localidades em causa, reafirmando que Cabinda conta com 134 eleitores em condição de votar contra os 107 aprovados pela CEN, Malanje com 234 (ao contrário dos 42 anunciados), Benguela com 264 (em oposição aos 134 incluídos nas listas) e que no Huambo devem votar 591 eleitores contra os 107 registados nos cadernos eleitorais. Importa saber que a UNAC-SA é uma associação sócio-cultural e profissional, proclamada há 29 anos, que congrega compositores, músicos, actores, coreógrafos e bailarinos.