Dívida de clientes à EASL ultrapassa três mil milhões de kwanzas

Dívida de clientes à EASL ultrapassa três mil milhões de kwanzas

Segundo apurou a Angop, 205 milhões de Kwanzas deste montante refere-se à dívida das empresas públicas e instituições, enquanto o restante é a dos clientes particulares. Para recuperar a dívida, a EASL iniciou em Agosto deste ano um processo de recadastramento dos clientes em falta, no qual atribui um número às casas para constar na ficha individual dos consumidores registados no seu sistema informático.

“Neste momento, já está concluído o recadastramento de casas dos bairros da Restinga, Zona Comercial, bairro da Luz e o município da Catumbela”, explicou o director. Como benefício desse processo, a empresa arrecadou em cobranças, no mês de Outubro deste ano, 164.873.896 Kwanzas, valor mais alto nos últimos tempos, se comparado com os Akz 115.668.812 do mesmo período de 2018, segundo Hermenegildo dos Santos.

Questionado sobre a facturação por estimativa, muito polémica em alguns círculos, o director esclareceu que esta cobrança é feita para os clientes que não levam a leitura do contador à empresa por falta deste equipamento. Nestes casos, a empresa cobra um valor fixo, independentemente do consumo, e este varia em cada zona. Há uns que são cobrados 10 metros cúbicos, outros 20 e assim por diante, mas com a mesma tarifa. “A empresa perde muito com a cobrança por estimativa (sem especificar), por isso está a envidar esforços no sentido de adquirir contadores suficientes para acabar com esta prática”, desabafou o director.

Quanto ao número de consumidores registados, disse que a EASL controla 35 mil e 269 clientes activos e 11 mil bloqueados, referindo-se àqueles que não beneficiam de água corrente pelo facto de a empresa não ter capacidade de colocar o líquido nas suas casas, por isso não são cobrados. Ainda sobre esta temática, deu a conhecer que existem três tipos de clientes. Há os domésticos, que na sua maioria encontram-se em zonas mais desfavorecidas, pagando 117 Kwanzas por metro cúbico e outros que pagam entre 179 e 216 Kwanzas, respectivamente. O comércio e serviços pagam 237 Akz, a indústria 249, as girafas (água avulsa) 213 e os fontenários com 105 Kwanzas por metro cúbico.

O director deu a conhecer que “este tarifário, criado sob o decreto executivo 230/18 é especificamente aplicado para a província de Benguela”. Em relação à possibilidade de abastecimento de água a toda a cidade do Lobito, foi peremptório em afirmar que o equipamento disponível não é compatível com o nível de crescimento da cidade, principalmente na parte alta. “O último projecto de investimento foi implementado em 2012 e desde aí nunca mais houve nenhum outro de grande envergadura e, em contrapartida, o município cresceu substancialmente”, lamentou.

Para minimizar esta situação, a empresa tem utilizado o chamado plano de gestão de água por manobra, que consiste no abastecimento por zonas durante seis horas, mas mesmo assim insuficiente em casas que estão numa elevação de cerca de 400 metros, segundo o gestor da EASL. Afirmou que a empresa necessita de novos equipamentos para a produção e distribuição de água, o que passa pela aquisição de novas bombas, condutas, geradores para as Estações de Tratamento, entre outros. Referindo-se aos constantes cortes, afirmou que a EASL pretende aproximar-se dos clientes na base do diálogo e só aqueles que não aparecem e não pagam dentro do prazo estabelecido é que são penalizados.

“O cliente tem a possibilidade de negociar com a empresa pagando 50 por cento da dívida e o resto amortizar até cerca de três meses”. Explicou. A Empresa de Água e Saneamento do Lobito, criada por decreto executivo conjunto número 405/13, cobre quatro municípios da província de Benguela, nomeadamente Lobito, Catumbela, Bocoio e Balombo.