Agricultores do Dombe-Grande clamam pela construção de diques no Coporolo

Agricultores do Dombe-Grande clamam pela construção de diques no Coporolo

Alguns agricultores manifestam-se agastados com o cenário, porquanto é um problema antigo e do conhecimento das autoridades locais. O assoreamento do Coporolo, associado à falta de diques de protecção em alguns pontos do rio, sobretudo na povoação do Luachu, é apontado como estando na base dos problemas.

O agricultor António Figueiredo está receoso de que haja mais danos. A solução, sugere o agricultor, passa, necessariamente, pela construção dos açudes, de modo a evitar a destruição de culturas e, por conseguinte, os investimentos feitos. De acordo com o administrador comunal, Edgar Fernando, o dique começou a ser construído na sede e, depois, outros 1500 metros na povoação do Canguvulu, mas na povoação do Luachu não se fez nenhum trabalho neste domínio.

“Estamos à espera, não é? Por tão logo o Governo tenha disponibilidade para resolver este problema”, disse. A povoação do Luachi, segundo o responsável, foi a mais afectada, com a inundação de 20 fazendas. Dados preliminares da administração apontavam para a destruição de 230 hectares de produtos diversos, facto que compromete, em certa medida, as projecções da localidade, com forte potencial na produção agrícola, para a presente campanha.

Obras inacabadas Segundo apurou OPAÍS, os diques na sede foram projectados e construídos na governação de Armando da Cruz Neto, em 2014, pela Odebrecht e as obras não se estenderam para outras povoações por alegada falta de dinheiro. De acordo com as autoridades locais, o facto deveu-se à falta de conclusão das obras por parte da construtora e deixa a comuna completamente “desprotegida” contra a força da natureza.

Recorde-se que em 2015 a construtora brasileira se sentiu ofendida por se lhe ter sido atribuída a responsabilidade sobre danos nos bairros do Calomburaco e Calomangao, por alegados erros de engenharia nos diques de protecção do rio Cavaco, que causaram a morte de algumas pessoas e destruíram dezenas de residências.

Na altura, engenheiros da construtora, depois de terem tido contactado com a matéria d´OAÍS, revelaram, sob anonimato, que as obras foram feitas com base no orçamento disponível pelo Governo. Até ao momento em que se expede esta peça, as águas do rio baixaram consideravelmente, mas ainda os homens do campo, que fazem contas à vida, consideram imperioso que se resolva a questão dos diques.