Moco defende perdão pos crimes cometidos na antiga governação

Moco defende perdão pos crimes cometidos na antiga governação

O jurista fez esta declaração à imprensa à margem de uma palestra animada por si, promovida pela associação cívica OMUNGA, defendendo que a justiça se devia apegar às “arbitrariedades” supostamente cometidas. Marcolino Moco entende que o combate à corrupção no país não deve promover a injustiça de alguns em detrimento de outros.

O político, que insiste na denúncia de justiça selectiva, sugere o perdão dos crimes cometidos na anterior governação, à semelhança do que ocorreu na África-do-Sul com Nelson Mandela, argumentando que, se o país optar pela justiça punitiva, ninguém vai sobrar no MPLA, partindo do princípio de que não há ninguém no partido governante – além dele – que não tenha cometido ilicitudes decorrentes de gestão do erário. Marcolino Moco, para quem a justiça em Angola foi paralisada durante 20 anos, realça que o general Zé Maria, como é conhecido, no exercício das funções como director do Serviço de Inteligência e Segurança Militar(SISM), terá cometido várias arbitrariedades, mas considera “escandaloso” o facto de a justiça militar tê-lo julgado por um crime “inventado”.

Aquele oficial superior das FAA, reformado, foi acusado de ter extraviado documentos que contêm informação de carácter militar, mas Marcolino Moco diz não ter cometido o crime. “Vou usar um termo claro, terra-a-terra, é abandalhar a justiça, e isso é perigoso”, alertou. Desumanidade no “Caso CNC” Para o caso Conselho Nacional de Carregadores (CNC), em que um dos réus é o antigo ministro dos Transportes Augusto Tomás, o jurista fala em “crueldade humana”, porquanto a justiça não teve em conta a questão das imunidades de que o arguido goza. “Podia pagar caução, porque o suposto crime permite, mas não lhe permitem a caução.

No dia em que devia estar cumprido o prazo de prisão preventiva, organizam o julgamento…Já passou o tempo de prisão preventiva e deixam o homem na cadeia até hoje. Isso é desumano”, considera.
Caso BNA e disponibilidade de JES Em relação ao caso Banco Nacional de Angola (BNA), que julga o ex-presidente do Fundo Soberano, José Filomeno dos Santos (Zenu), Válter Filipe e outros réus, por vários crimes, com realce para o de peculato, o antigo primeiro-ministro manifesta-se satisfeito com o facto de haver abertura por parte de José Eduardo dos Santos, antigo presidente de Angola, para esclarecer os factos.

“Eu fui o maior crítico de José Eduardo dos Santos no país. Eu acho, hoje, que ele devia estar aqui em Angola e os filhos trazer a riqueza que está lá fora e investir no país, e ponto final, o que está feito, está feito…e não estarmos aqui com perseguições”, sugere.