Bastonário admite professores estrangeiros na pós-graduação de psicologia

Bastonário admite professores estrangeiros na pós-graduação de psicologia

O responsável da ordem recordou que há professores angolanos a lecionarem na Namíbia, Portugal, Brasil e noutras paragens do mundo, cuja posição, fora da sua terra de origem, nunca foi posta em causa pelos cidadãos das nações onde trabalha

Por:Alberto Bambi

 O bastonário da Ordem dos Psicólogos de Angola (OPsA), Carlinhos Zassala, ponderou a entrada em cena de professores estrangeiros no curso de mestrado em psicologia que se leva a cabo sobretudo na Região Norte, sediada na província do Uíge, no caso de se notar a carência de especialistas de qualquer quadrante desta área do saber.

“Sei que essa situação não tem sido vista com bons olhos aqui em Angola, mas as pessoas precisam de compreender que universidade envolve isso, universalidade de pensamento, de oportunidade e, consequentemente, de serviços, enfim, uma modalidade que aproveita todas valências positivas”, declarou o bastonário, tendo sublinhado que, de momento, a referida formação se serve ainda de docentes nacionais porque não abrangeu todas as especialidades. Carlinhos Zassala estimulou os académicos e a população geral a olhar pela geografia das duas províncias da Região Norte, incitando- os, igualmente, a admitir a possibilidade de migração dos cidadãos da República Democrática do Congo (RDC) e da do Congo- Brazzaville e do Gabão, para a Região Autónoma de Cabinda, devido à proximidade que têm para com as referidas regiões angolanas.

O docente universitário reprovou a concepção de estaticidade no pensamento e nos serviços que ainda nutrem muitos conterrâneos seus que pensam que a universidade “Nós temos professores angolanos a leccionarem na Namíbia, Portugal, Brasil e noutras paragens do mundo cuja posição que ocupam, fora da sua nação, nunca foi posta em causa pelos cidadãos das terras onde trabalham”, lembrou. Outro assunto evocado pelo académico foi o facto de termos ainda um número considerável de estudantes angolanos a formar-se no estrangeiro e haver alguns que já vão optando por voltar ao nosso país, como são os casos de Cabinda, Zaire e Uíge, que já vão recebendo estudantes congoleses. O entrevistado referiu ainda que a adesão desses forasteiros ao nosso sistema de ensino, principalmente os do nível superior, aumenta a credibilidade internacional da nossa política de formação.

Partindo do princípio de que a ciência lida com os factos, Carlinhos Zassala realçou que a Ordem dos Psicólogos de Angola não pode ficar indiferente à evolução do saber científico, devendo chamar, para tal, os melhores protagonistas do momento. Com o objectivo de chamar para a família da psicologia um reconhecimento de competência dos quadros que a OPsA forma, o interlocutor de OPAÍS recordou o esforço que ele e a sua equipa estão a fazer, no sentido de se atribuir a carteira profissional aos seus filiados. “Mas é preciso fazer entender aos estudantes que procuram especializar- se em qualquer área da Psicologia que, para alcançar esse desiderato, o candidato tem de, pelo menos, atender 20 casos, através dos quais garante que as medidas-soluções que encontra são as mais viáveis.