Detectados mais de 800 casos de diabetes em seis centros de saúde

Detectados mais de 800 casos de diabetes em seis centros de saúde

As idades dos doentes variam dos 20 aos 79 anos. Embora a quantidade de crianças seja reduzida, a especialista considera que não deixa de ser preocupante, tendo em atenção que
864 cidadãos foram diagnosticados com diabetes entre 7.205 pacientes atendidos em seis centros de saúde nos municípios de Viana, Belas e Kilamba Kiaxi, revelou, ontem, a especialista em endocrinologia Francisca Silva, que advoga a necessidade de se criar um centro especializado na última actividade realizada, recentemente, no hospital pediátrico David Bernardino, foram registadas 70 com a diabetes. Francisca Silva falava à margem do simpósio de apresentação do estudo da epidemiologia e declarou que os dados apresentados pela organização Médicos Com África (CUAMM) são diferentes dos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz que anualmente cerca de 1.500 casos são registado no país. Ela advoga a necessidade de se erguer um centro especializado para a diabetes, para que os doentes sejam observados com maior dignidade.

Entretanto, reconheceu ser relevante que se tenha registo das pessoas que padecem dessa patologia, a fim de que se tenha o controlo em termos de subvenção de medicamentos. “Não podemos ir para o extremo (doentes com níveis de açúcar cronicamente alto e várias complicações, nomeadamente cardíaca, renal, neurológica e amputação dos membros inferiores) sem antes atacar a base. O nosso grande objectivo, como profissionais e humanos, é ajudar a população. A diabetes é uma doença dispendiosa”, esclareceu. Francisca Silva explicou que o tratamento da diabetes depende de três pilares fundamentais, entre os quais a medicação, que pode ser por insulina ou comprimidos, e a dieta alimentar, que não implica dizer que se vai deixar de comer, mais sim adoptar uma alimentação equilibrada, tendo em atenção a redução dos carboidratos e da gordura.

Prevenção

De acordo com a especialista, para melhorar o quadro, a população deve ser educada a mudar os hábitos alimentares, não apenas para os doentes, mas também os saudáveis, de modo a evitar a doença.
Entende-se por diabetes a patologia crónica que se desenvolve com o aumento de açúcar no sangue porque o órgão designado pâncreas, que está localizado no organismo por detrás do estômago, não produz insulina (hormona que reduz o açúcar que vem dos alimentos) suficiente.

“Tudo o que comemos transforma-se em açúcar, mas, infelizmente, quando o pâncreas não está a produzir insulina suficiente, a distribuição do açúcar é desordenada, sendo que deve entrar para os músculos e transformar-se em energia, isto é, na diabetes do tipo2”. Já a do tipo 1 é mais feroz. O doente desta classe deve tomar insulina durante toda a vida.

Tratamento rigoroso

A médica alerta que o tratamento da diabetes do tipo1 ou 2 deve ser feito à risca, de modo a prevenir complicações, tendo em conta que o açúcar alto no sangue danifica os olhos, coração, rins, entre outros órgãos do corpo. A pré-diabetes é fase de a transição do indivíduo que tem açúcar alto no sangue mas não tem o diagnóstico total do paciente com diabetes, que é considerado em função dos níveis de açúcar que começa em 5.100%, ou 6.4%. tendo em conta o quadro, o paciente deve adoptar medidas de vida mais saudáveis e não deve engordar. Caso não venha a cumprir a orientação médica, os níveis de açúcar vão subir, os órgãos ficarão lesados e vai terminar a fazer hemodiálise.

Em função desta realidade, a especialista defende que haja uma unidade sanitária de referência para atender pacientes diabéticos, no sentido de evitar que os doentes evoluam em diferentes complicações. Francisca Silva lembrou que a diabete do tipo1 é uma doença genética e compreende apenas 10% da população, mas a tendência é que o número aumente, e 90% é considerada do tipo2. Os factores de risco para a patologia podem ser o sedentarismo, obesidade, uso de bebidas alcoólicas, tabagismo e alimentação não saudável ou rica em gordura.