Tenente-general será ouvido pelo DNIAP por suposto tráfico de alcatrão na Huíla

Tenente-general será ouvido pelo DNIAP por suposto tráfico de alcatrão na Huíla

Por:João Katombela, na Huíla

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) no município da Matala (província da Huíla) deteve, recentemente, um major supostamente envolvido no descaminho de seis camiões de alcatrão, num total de 828 tambores do produto, que se destinavam às obras especiais do Ministério da Defesa Nacional, através da Empresa AEROVIA, sob a gestão participada das Forças Armadas Angolanas, com a suposta participação do tenente-general do Exercito Remígio do Espirito Santo. Segundo o procurador-geral da República titular na província da Huíla, Hernâni Beira Grande o tenente-general do Exército Remígio do Espírito Santo, que se encontra na República da Rússia em formação, poderá ser ouvido pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria Geral da República.

Numa entrevista concedida a OPAÍS, por ocasião da cerimónia de cumprimentos de fim-de-ano ao governador provincial da Huíla, Luís Manuel da Fonseca Nunes, o magistrado explicou que o processo que envolve o oficial superior das Forças Armadas Angolanas (FAA) encontra-se bastante avançado e dentro de pouco tempo será submetido à DNIAP. “Este processo está bastante avançado. Ainda ontem, 18 de Novembro, conversei com o procurador junto do Serviço de Investigação Criminal no Município da Matala. Está numa instrução bastante avançada e a qualquer momento poderá ser submetido ao fórum competente para dar continuidade à instrução, no caso a DNIAP, que é a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal”, disse. De acordo a uma fonte de OPAÍS, o tenente-general do Exército, que se encontra na República da Rússia, comandava, supostamente, todas as operações do desvio do alcatrão via WhatsApp.

As mensagens eram enviadas ao tenentecoronel Armindo da Conceição, que, segundo acusações, procedia à venda do produto. O procurador-geral da República na Huíla revelou ainda que existem muitos processos de peculato, alguns já introduzidos em tribunal e outros em fase de instrução preparatória.Sem adiantar o número, Hernâni João de Freitas Beira Grande explicou que, fruto do trabalho desenvolvido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) na província da Huíla, os processos de peculato têm vindo a crescer diariamente. O magistrado do Ministério Público considera que o ano de 2019 foi produtivo, tendo em conta as realizações alcançadas pela Procuradoria Geral da República na Huíla. Beira Grande disse, por outro lado, que para o ano que se avizinha as perspectivas passam por garantir uma boa fiscalização da lei e de todos os intervenientes na administração da justiça na província da Huíla, assim como garantir condições favoráveis ao desempenho das actividades do sector da justiça.