Os dois jovens baleados pela Polícia Nacional no Huambo, durante uma manifestação decorrida nesta cidade, já estão fora de perigo, segundo uma fonte do jornal OPAÍS. Segundo a fonte, os dois jovens, cujos nomes não avançou, que passaram ao licenciamento das Forças Armadas Angolanas (FAA) para a Polícia Nacional (PN), estavam a receber tratamento num posto médico privado. Um sofreu ferimentos ligeiros no tórax, perto do coração, e o outro na perna esquerda (região de fémur), provocados por disparos de agentes de Polícia Nacional quando se manifestavam para a exigir o seu enquadramento corporação.
Entretanto, um comunicado da Polícia Nacional dizia que o facto ocorreu na Sexta-feira, 21, e que tudo aconteceu quando um grupo de cerca de 60 cidadãos, licenciados e desmobilizados das FAA, interditou durante meia hora algumas ruas e protagonizou acções de arruaça, com o arremesso de pedras, paus, queima de pneus e destruição de contentores de lixo. Os manifestantes reclamavam do processo de selecção para o ingresso na Polícia Nacional, o que levou a uma reacção das forças da ordem para repor a normalidade da situação. O documento acrescenta ainda que, não satisfeitos com a presença policial, os mesmos, que pretendiam chegar ao Palácio Provincial, arremessaram pedras contra os agentes destacados no local e os seus meios, numa acção que resultou no ferimento de um agente e de três manifestantes, que acabaram por receber tratamento médico no Hospital Militar Regional. A Polícia Nacional dá ainda conta de que estes cidadãos, que reclamam por ingresso nesta corporação, tinham sido reprovados nos testes realizados, por não preencherem os requisitos exigidos para o seu quadro de pessoal.