Jurista defende a necessidade de se implementar orientação vocacional e profissional nas escolas

Jurista defende a necessidade de se implementar orientação vocacional e profissional nas escolas

André Mingas diz que, inicialmente, é normal o cidadão ficar indeciso ao escolher um curso ou uma profissão, porém, em situações mais críticas e tensas, essa indecisão pode levar ao “conflito ocupacional de identidade vocacional”, causando transtornos para o indivíduo e para a sociedade. A orientação vocacional e profissional está virada ao conhecimento, por esse motivo é importante a sua inserção nas escolas públicas e privadas.

Os adolescentes e jovens, muitos não sabem o que escolher como profissão, situação que os leva a um estado de conflito, uns escolhem baseando-se nas escolhas profissionais, em fantasias e expectativas dos pais e não na real escolha deles, por isso, não se sentem bem com as suas escolhas e caem em desarmonia cognitiva. Segundo André Mingas, a orientação vocacional e profissional visa orientar os alunos que saem do ensino médio e não sabem que curso fazer, bem como os que frequentam o ensino superior e não sabem que especialidade ou em que área irão actuar. A mesma instrução serve também para todos os cidadãos que trabalham na área e não “se encontram”, não se “encaixam” e, por isso, não desejam exercer tal profissão pelo resto de suas vidas.

O projecto deve estar organizado em várias etapas, através da realização de actividades lúdicas, jogos e brincadeiras terapêuticas com vista a levar o orientando à autodescoberta, ao autoconhecimento, para que tome decisões de maneira “livre”. Pontos a se ter em conta são conhecer a realidade psicossocial e económica da pessoa, identificar as predisposições e inclinação do adolescente para poder orientálo, transformar o adolescente-jovem em pessoa autónoma, capaz de tomar as suas próprias decisões e levar o indivíduo à autodescoberta e ao autoconhecimento.

Os adolescentes e jovens devem ainda ter conceitos sobre as várias profissões, salário, género, exigência de muito ou pouco esforço mental, no sentido de desmistificar a visão que se tem. Depois de identificar o tipo de profissão e relacionar com o interesse pessoal, as que não combinam devem ser excluídas. O estilo de vida desejado também merece ser levado em conta, para perceber que carreira se ajusta mais com a escolha. Se pretende ser empreendedor, funcionário público, executivo ou mais liberal. Investigar as inteligências múltiplas que possui, as que se tem e as pretendidas para desenvolver consoante a profissão escolhida, considerando que cada profissão exige certa competência.

Para melhor ilustrar como será a vida futura, pessoas próximas podem servir como teste de interesse ocupacional, no sentido de ter noção do dia-a-dia da profissão. O também analista social André Mingas presidiu recentemente uma conferência de orientação vocacional que visou apresentar soluções e contribuições para dinamizar o processo de escolha da vocação e a maximização do potencial de cada angolano para a contribuição directa e efectiva no processo de diversificação da economia e, com isso, provocar a maior e melhor valorização do ser humano.