Não pense que tudo acabou com o martírio do meu pai”, declarou Zeinab Soleimani. Já o Presidente do Irão disse que “os americanos não perceberam verdadeiramente o erro grave que cometeram”, prometendo que “a vingança pelo sangue [do general] será reivindicada no dia em que as mãos imundas da América forem cortadas para sempre da região”.
Os restos mortais do comandante da força de elite Al-Quds foram transportados para a cidade de Qom, um dos centros do Islão xiita, para uma cerimónia que precede o funeral desta terça-feira na terra natal de Soleimani, situada na província de Carmânia.
Em visita aos familiares daquela que era considerada uma das figuras políticas mais influentes no país, o Presidente do Irão, Hassan Rouhani, declarou: “Os americanos não perceberam verdadeiramente o erro grave que cometeram. A vingança pelo seu sangue será reivindicada no dia em que as mãos imundas da América forem cortadas para sempre da região.”
Milhares de pessoas entoaram cânticos de “Morte à América!”, enquanto outras seguravam fotografias do general.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, liderou as orações e foi visto a chorar a certa altura, relata a estação britânica. Na sequência da morte de Soleimani, o ayatollah prometeu “vingança severa” sobre os responsáveis.
Irão rasga acordo mas continua aberto ao diálogo
No domingo, o Irão anunciou que deixaria de cumprir os limites de enriquecimento de urânio estabelecidos no acordo internacional sobre o nuclear, que os EUA abandonaram unilateralmente em maio do ano passado. O acordo, assinado em 2015 pelo Irão, pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e pela Alemanha, visa evitar que Teerão tenha material suficiente para construir armas nucleares.
O Irão ainda se mostrou aberto a negociações com os parceiros europeus, que, até à data, não conseguiram oferecer às autoridades do país uma forma de vender o seu petróleo no exterior. Ao sair do acordo, Washington voltou a impor sanções muito lesivas para a economia iraniana.
EUA prontos a reagir “talvez de forma desproporcional”
O Presidente dos EUA, Donald Trump, que ordenou a investida fatal sobre Soleimani, disse que o general estava “a planear ataques iminentes e sinistros” contra diplomatas americanos e pessoal militar no Iraque e noutros países do Médio Oriente.
No fim de semana, Trump garantiu que os EUA reagirão no caso de o Irão retaliar pela morte do seu general de elite – “talvez de forma desproporcional”, admitiu. O Presidente norte-americano acrescentou estar pronto para atacar 52 alvos iranianos “muito rapidamente e com muita força”.
Fonte: EXPRESSO