Não quero dizer que somos básicos…

Não quero dizer que somos básicos…

Há aquelas situações em que alguém só quer abandonar o lugar em que está, com outros, por causa do nível da conversa. Há, de facto, charlas demasiado básicas para se aguentar. E não estou a falar dos quê, yá, o mambo, o quem que mora no quê. Existe muita gente formada e engravatada cuja conversa é a mais pura perda de tempo, destruidora. Há também situações em que o nível da conversa pode ser tão elevado que quem tem mente aberta quer que não termine, é a escola a entrar pelos ouvidos, pelos poros.

Quem não tem, quer safar-se o mais depressa possível, o seu mundo é incompatível, e normalmente ainda tem a lata de considerar toda a informação um molho de coisas sem importância, uma chatice. Isto acontece também entre os países. Podemos comparar. Tenho visto vídeos e lido um pouco sobre nano robótica, há dias recebi um documentário sobre os avanços israelitas na medicina, mas também vejo a grandiosidade a que se têm arrojado a engenharia e a arquitectura chinesas. Dos países nórdicos chegam notícias sobre o avanço social, ou civilizacional, se quisermos.

O bem-estar conseguido, o tempo de licença aos país que tê fi lhos, agora a proposta da redução dos dias de trabalho durante a semana. Tudo assente em cálculos e efi ciência, naturalmente. Nós, por cá, o nosso nível está no número de mulheres que cada um consegue, no bisno para sacar mais algum, nos buracos das estradas, comida produzida que se estraga no campo, a gasosa pedida pelo polícia e pela enfermeira e agora as “bancadas” cheias a vociferar se aquele tem dinheiro ou não, se tira, se não tira, quem apoia este ou aquele, os dedos apontam, como que electrizados. E continuamos com fome, a morrer de doenças banais, com estradas cortadas, casas a cair de cada vez que chove, luz que vai e vem, água que nunca veio e com um ensino vergonhoso. Este é o nosso nível.