suicídio leva profissionais de saúde a aperfeiçoar técnicas de lidar com pacientes

suicídio leva profissionais de saúde a aperfeiçoar técnicas de lidar com pacientes

O chefe do serviço de psicologia clínica, Peterson Cassule, em conversa com o Jornal OPAÍS, disse que a ideia de se dar esta formação surge também pelo facto de se registarem, neste sector do HAB, muitas pessoas com comportamento propenso a cometer suicídio. É necessário capacitar os profissionais de Saúde, segundo o interlocutor, e esta formação engloba todos os profissionais e não apenas os psicólogos clínicos, de modo a que seja possível identificar precocemente um eventual pensamento suicida. Sem precisar números, revelou que o serviço de psicologia clínica regista muitos casos de pacientes com comportamentos de suicida.

Há apenas sete especialistas na sua área para atender às necessidades do HAB, que conta com mais de 600 camas. Mas com o trabalho desenvolvido tem sido possível fazer com que os doentes consigam ter equilíbrio psicoemocional e sejam evitados com a ajuda de todos, no sentido de detectarem esses pacientes, sobretudo os mais graves, e, se for possível, encaminharem os mesmos ao hospital psiquiátrico para que precocemente consigamos diagnosticar e tratá-los”, exorta. Diariamente, são atendidos 20 pacientes no serviço de psicologia clínica, número que considera alto, comparativamente aos anos anteriores, em que os especialistas aguardavam pelos doentes. Peterson Cassule frisou que um dos principais objectivos da actividade é levar ao conhecimento dos profissionais clínicos, e particular, à equipa médica, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, bem como aos técnicos de diagnóstico e terapêuticas, sobre a forma de abordar os pacientes com pensamento e comportamento suicida e aplicar as bases preventivas.

De acordo com o especialista, todo o paciente que acorre ao hospital carece de um atendimento psicológico, tendo em conta a dinâmica do cidadão. Há a necessidade de se precaver qualquer tipo de incidente, sobretudo interno. “Já tivemos relatos de pacientes que se suicidaram na nossa instituição e, por isso, pretendemos pôr um fim a estas situações”, disse. Apesar de não ter dados concretos, o serviço está comovido com a situação e trabalha na formação da equipa médica para evitar que novos pacientes a cometerem suicídio na instituição sejam recorrentes.

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