Exposição “Traços de Luanda” reflecte valorização do património histórico-cultural

Exposição “Traços de Luanda” reflecte valorização do património histórico-cultural

Por ocasião do aniversário da cidade de Luanda, celebrado a 25 de Janeiro, a II edição da exposição “Traços de Luanda”, cuja inauguração está prevista para Sexta- feira, 24, às 18 horas no espaço Elinga, aborda a valorização do património histórico-cultural da capital. A mostra, que estará patente até 8 de Fevereiro s ob o lema “Luanda e a sua gente”, congrega a representação de 20 edifícios emblemáticos de Luanda, desenhados com diferentes técnicas de gráfica arquitectural, formando um casamento “perfeito” entre técnica representativa e arte.

Não fica de fora a técnica do “Shuashualismo”, caracterizada pelo esboço de traços quase imperceptíveis, que nesta edição será adicionada com cores, linhas ou pontilhismos. Além dos desenhos, estarão em exibição diversas fotografias que mostram as diferentes nuances dos edifícios representados e excertos videográficos e sonoros da cidade de Luanda e sua gente. Para Aleixo Sebastião, pertencente à organização do evento, esta II edição pretende realizar a produção e exibição de obras únicas, que traduzem a vibração e o simbolismo da cidade e da sua gente, ao mesmo tempo que divulga artistas jovens e “talentosos.

Iniciativa

Com esta iniciativa, a Traços, o Elinga e o Centro de Estudos e Investigação Científica de Arquitectura da Universidade Lusíada de Angola (CEICA) pretendem colaborar com o Instituto Nacional de Património Cultural (INPC) para a salvaguarda de bens patrimoniais e estimular o entusiasmo pelo conhecimento do património edificado da cidade nas sua gentes, servindo como uma ponte entre o seu passado, presente e futuro. “Achamos que, com os nossos trabalhos, damos a conhecer os nossos edifícios históricos, porque são locais onde as pessoas ‘fizeram’ as suas vidas e desenvolveram algumas actividades”, acrescenta. Entretanto, estarão em exibição a estrutura da Rádio Nacional de Angola (RNA), o Instituto Nacional do Património Cultural (INPC), o Palácio de Ferro, bem como uma paisagem da Nova Marginal, a União dos Escritores Angolanos (UEA), a Igreja de Santo António, no Hoji Ya Henda, a capela de São João Baptista, em Cacuaco, a estação do Bungo, entre outras estruturas.

Artistas

“Fomos ousados ao associar o talento de estudantes de arquitectura às telas, em forma de a rte. O que seria só um rabisco usado por um arquitecto para um projecto, nós usaremos em forma de arte para mostrar às pessoas a cidade de Luanda, referiu o organizador. Assim, participam nesta exposição colectiva os artistas Jalder, Milennium, Melquisedeque, Ibrahim Carlos, Zola Daniel, Danilson Joaquim e Magina Starsky.

Dificuldades

Por causa das técnicas que foram usadas, Aleixo conta que foi difícil adquirir os materiais para arrancar com o projecto. “Tivemos de esperar que algumas lojas tivessem os materiais. Ainda assim, tivemos de procurar alternativas para o trabalho, porque nem todos os materiais de que precisávamos, conseguimos encontrar”, justificou. Outro aspecto que dificultou a concepção de “Traços de Luanda” foi a autorização para as fotografias por parte dos responsáveis dos edifícios.