Avaliação Angola mantém risco muito elevado para investidores

Avaliação Angola mantém risco muito elevado para investidores

Luís Faria

Num relatório hoje distribuído a investidores e a que OPAÍS teve acesso, a empresa de rating afirma que o actual ambiente de negócios, que é classificado como “desafiante” é moldado pela recente crise económica que atingiu o país, as experiências de seca e o nível moderado do preço do petróleo. Factores que, segundo o relatório, “aumentam os riscos relacionados com o comércio e o investimento, bem como os riscos de natureza laboral e logísticos em função da escassez de divisas, depreciação continuada do Kwanza, inflação significativa, aumento do custo do crédito solicitado pelas empresas e consumidores.

Por outro lado, muitas operações comerciais são bloqueadas pela escassez de energia, água e combustível, num contexto em que as reservas cambiais continuam a reduzir-se. A Fitch reconhece vantagens políticas, dado que o risco de ataques terroristas permanece baixo em Angola, ao contrário do que acontece em outros países da região, existindo um baixo risco de conflitos interestaduais que suscitem preocupações com a segurança. Além disso, refere o relatório da agência de rating, tendo o impacto positivo do Presidente João Lourenço foi “mais pronunciado e mais rápido do que esperávamos”, assinalando que as reformas mais significativas incluem esforços para reduzir a corrupção em instituições-chave, alterar o regime cambial e melhorar a facilidade para realizar negócios, reduzindo a burocracia.

Contudo, conclui a Fitch, a “incerteza em torno da capacidade do Governo angolano de implementar reformas rapidamente significa que os níveis gerais de risco permanecerão elevados no curto a médio prazo”.