Greve da Halliburton sobe para o Parlamento

Greve da Halliburton sobe para o Parlamento

Por falta de consenso entre os trabalhadores em greve e a entidade empregadora, o assunto vais ser discutido na Assembleia Nacional, para se encontrar possíveis soluções Deputados da CASA-CE reuniram- se ontem, em Luanda, com um grupo de trabalhadores angolanos da empresa Halliburton, em greve há mais de quarenta dias, que reivindicam um reajuste salarial ao câmbio actualizado do Banco Nacional de Angola (BNA), mas sem sucesso, sendo que a empresa defende apenas um reajuste salarial.

A direcção da Halliburton, empresa americana de prestação de serviço às empresas petrolíferas, é acusada de estar inflexível às reclamações dos trabalhadores angolanos expostas num caderno reivindicativo. Aliás, dos vários pontos apresentados, o primeiro, que consiste no reajuste ao câmbio do BNA, é o “pomo de discórdia” entre a entidade empregadora e os trabalhadores. No encontro desta Quarta-feira, 29, o secretário nacional para assuntos laborais do Sindicato das Indústrias Petro-Químicas e Metalúrgicas de Angola (SIPEQMA), Calala Luís, denunciou aos deputados que a empresa está a despedir ilegalmente os trabalhadores que aderiram à greve. Reforçou que a empresa Halliburt está a substituir os funcionários angolanos por expatriados que entram no país com o visto de turista, pelo que pede a intervenção das autoridades competentes.

Com esta medida, segundo Calala Luís, a empresa violou a lei da greve e a situação agravou-se com a feitura de um processo disciplinar contra os trabalhadores em greve. Entretanto, os deputados prometem levar as preocupações às instituições do Governo de modo a encontrar solução para o problema das partes desavindas, segundo Odeth Joaquim. De acordo com a deputada, depois de ouvidos os funcionários, proximamente será a vez da empresa Halliburt, e garantiu que o assunto será discutido na Assembleia Nacional. “Para este problema é preciso que se faça justiça e para haver justiça é preciso ouvirmos as partes, aproximá-las onde for necessário, para que haja solução. Não é fechando as portas que esta situação se vai resolver”, disse a parlamentar. A deputada defende salários justos para que os trabalhadores possam sustentar as suas famílias e condenou o despedimento dos trabalhadores por reivindicarem os seus salários.