MCS quer maior divulgação do Património Mundial

MCS quer maior divulgação do Património Mundial

O ministro da Comunicação Social, Nuno Caldas Albino afirmou, no Sábado, em Mbanza Kongo, província do Zaire, que os órgãos públicos vão reforçar as acções de divulgação do Centro Histórico. Em resposta às inquietações apresentadas num encontro com representantes dos partidos com assento parlamentar, o ministro disse que se vai estabelecer uma articulação com as estruturas centrais dos sectores do Turismo, Cultura, Ordenamento do Território e com as autoridades locais. Assegurou que as antenas e os centros emissores da Rádio Nacional de Angola (RNA) e da Televisão Pública de Angola (TPA) serão transferidas do centro da cidade de Mbanza Kongo para a zona da periferia dentro de dois meses, em cumprimento das recomendações da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Quanto à cobertura e extensão do sinal da RNA e TPA ao nível do país, reafirmou o desejo de se concretizatr este desiderato a 100 por cento até 2022, para se cumprir uma das normas da Constituição da República sobre o direito dos cidadãos à informação. O ministro que se fez acompanhar dos Presidentes dos Conselhos da Administrações da ANGOP, TPA, RNA, Edições Novembro. EP e por quadros do seu pelouro, manteve também um encontro com a classe jornalística de quem ouviu as preocupações, entre as quais ligadas às condições sociais e de trabalho e a necessidade de formação e capacitação dos profissionais da comunicação social. O centro histórico de Mbanza Congo, uma cidade localizada na zona norte de Angola, capital da província do Zaire, foi classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade a 8 de Julho de 2017.Dados divulgados pela UNESCO apontam a cidade de Mbanza Kongo, como sendo a capital política e espiritual do Reino do Congo, um dos maiores estados constituídos na África Austral, do século XIV ao século XIX.

Mbanza Kongo Trata-se de uma área histórica que cresceu em torno da residência real, da corte costumeira da árvore sagrada e do local real de funeral. Passaram-se séculos mas os hábitos, costumes e tradições perduram, bem como os monumentos e os locais sagrados. Fazem parte do centro histórico as ruínas de Kulumbimbi, a árvore Yala Nkuwu, o Súnguilo – local sagrado considerado tribunal tradicional, a antiga residência dos Reis do Congo, transformada em museu. No interior estão expostos objetos que pertenceram aos monarcas que por lá passaram e que lhes foram presenteados pela primeira missão de portugueses, em jeito de confraternização. É ao pé da Árvore Sagrada Yala Nkuwu onde continuam a ocorrer os julgamentos contra as transgressões sociais e espirituais.

Reza a história que o fundador do reino do Congo Nimy-a-Luqueny, sendo uma autoridade espiritual, quando chegou àquela região reconheceu na árvore o poder especial de pressagiar coisas boas ou más. E assim acontece até aos dias de hoje. O Súnguilo é o local sagrado onde os os restos mortais dos Reis eram preparados por mulheres escolhidas a dedo. O Lumbo, ou seja Tribunal Tradicional, é o local destinado a albergar julgamentos tradicionais. Instalado no quintal do Museu dos Reis do Congo, foi igualmente classificado como património imaterial, pela forma como pelo papel fundamental na resolução de conflitos no seio das comunidades locais.

É no cemitério onde as autoridades tradicionais provenientes das províncias de Angola, da República Democrática do Congo, do Congo e do Gabão, se reúnem ainda hoje para cerimónias em homenagem aos ancestrais do antigo Reino do Congo. Já as Ruínas de Kulumbimbi têm despertado interesse da comunidade científica internacional pela sua singular arquitectura” Kulumbimbi é a primeira igreja construída na África subsariana, por missionários católicos que faziam parte da primeira expedição portuguesa liderada por Diogo Cão quando chegou a Angola em 1482. O relatório da UNESCO dá conta que a propriedade ilustra as funções políticas e religiosas como foram exercidas no coração do antigo Reino do Congo. Relativamente à sua conservação e integridade, a UNESCO as considera frágeis principalmente pela pista de pouso, localizada na zona de amortecimento.