Presidente do Comité Miss Huíla acusado de desvio de 3 milhões de Kwanzas

Presidente do Comité Miss Huíla acusado de desvio de 3 milhões de Kwanzas

POR: João Katombela, na Huíla

Numa carta distribuída a alguns órgãos de comunicação social, os membros que preferiram o anonimato, afirmam que o valor foi arrecadado através de patrocínios bem como com a venda de ingressos do último evento. Segundo a carta chegada à redação deste jornal, Yuri Octávio, Presidente do Comité Miss Huíla, terá, supostamente, ficado com outros prémios que seriam atribuídos à primeira e segunda dama de honor. “O único prémio visto e entregue à vencedora, Flora Malaquias, foi a viatura que havia sido exposta no certame cultural, sendo que os outros divulgados para a primeira e segunda damas de honor, incluindo 50 mil Kwanzas como de participação, até ao momento, não foram tidos e nem achados”, lê-se no documento.

Segundo os membros do Comité Miss Huíla, para a realização do concurso a organização havia angariado apenas Akz 3.000.000,00 sendo um milhão proveniente da empresa de cervejas N’gola e os 2 milhões do governo, através do Comité de Festas. “Dias depois da realização do concurso os membros convocaram o presidente do comité para a prestação de contas e concluíram que houve falta de transparência e de honestidade em relação à apresentação estatística da existência da verba que havia sido cabimentada para o efeito, estimado em 5 milhões de Kwanzas, além demais de 600 mil em jóias das candidatas da Matala e Calu-quembe, e o presidente ocultou, por razoes não justificadas”, alegam.

Os membros do Comité Miss Huíla, disseram que só descobriram a verdade depois de terem consultado o presidente do Comité de Festas do Lubango, Paulo Gaspar. Paulo Gaspar, nomeado, em 2019, no cargo, detalhou aos membros ter existido para o concurso um valor de 11 milhões Kwanzas, que serviram para a compra de um turismo de marca Hyunday, para a vencedora, incluindo dinheiro para a compra de prémios para a primeira e segunda damas de honor, bem como para o pagamento de participação e despesas administrativas aos membros do comité.

Pugilato

“Este facto levou os membros a convocar mais uma reunião de emergência que aconteceu numa das casas nocturnas desta urbe, com o intuito de sanar as dúvidas e repor a verdade mas, não houve sucesso, porque o presidente e o vice-presidente, partiram para a agressão a dois dos membros da organização, nomeadamente ao Paulo e ao Nelson, o que levou a partir até telemóveis e relógios. Em relação aos valores monetários, notou-se que foram repartidos ao meio, isto é, para o Yuri Octávio-presidente e Miguel Lemos, vice-presidente, que usaram em benefício próprio”, denunciaram. Por este facto, os membros exigem, diante destas práticas nocivas, e aconselham o presidente a demitir-se do cargo, para a reposição da normalidade.

Acusado fala depois

A reportagem de OPAÍS procurou contactar o presidente do Comité Miss Huíla para efeitos de contraditório, este porém, prontificou- se em falar do assunto noutra ocasião por não se encontrar na cidade do Lubango.